FIM - PARTE 1

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Semanas depois

DARYL

Quando conheci minha esposa, quando ela ainda era apenas uma mulher atraente e provocante em um acampamento de estranhos, não pensei que ela seria minha. Se alguém chegasse para o Daryl de onze anos atrás e dissesse "ei, tá vendo aquela mulher ali? Você vai se casar com ela e ter uma vida incrível", ele mandaria a pessoa para o inferno. De todas as possibilidades que passava pela minha cabeça, o que de fato aconteceu não estava entre elas.

Eu era um fodido. Minha vida foi mais difícil do que a maioria. Eu podia contar nos dedos as boas memórias que tinha. Não sabia o que era ser amado, e também não sabia amar. O amor que eu conhecia era doloroso. A vida que eu conhecia era cheia de obstáculos e incertezas.

Eu passava por um dia de cada vez, e no fundo sempre esperava que fosse o último.

Aí, eu a conheci.

Aurora Fisher.

Meu coração acelerou, um arrepio percorreu minha espinha e eu senti como se meu cérebro congelasse. Por um momento, foi como se todo o caos deixasse de importar e só ela existisse. A primeira vez que coloquei meus olhos nela, naquela rodovia.

De alguma forma, uma parte do meu inconsciente entendeu que aquele momento importaria. Foi ali que minha vida se dividiu.

Antes dela, eu existia. Depois dela, eu passei a viver.

Sinto o toque suave em minhas costas e o cheiro tão conhecido me faz virar com um sorriso. O cheiro dela é inconfundível.

— Eu estava te chamando — Aurora diz, a testa franzida levemente. — Tá tudo bem?

Coloco as mãos em seu quadril.

— Sim, eu só me distraí. Do que precisa?

— Quero os pratos extras que estão na parte de cima do armário.

Eu a sigo até a cozinha, satisfeito por ter me chamado ao invés de tentar agir sozinha. Conhecendo Aurora, não me surpreenderia em chegar na cozinha e encontrá-la pendurada em uma cadeira.

Ela me dá um beijo demorado na bochecha quando coloco os pratos em cima do balcão.

— Posso ajudar com algo mais, senhora Dixon? — pergunto, espalmando sua barriga com carinho.

Desde que eu soube da gravidez, há quase dois meses, estou sempre tocando a barriga de Aurora. É maravilhoso saber que nosso bebê está crescendo ali, e fico ansioso pela chegada dele.

O sorriso de Aurora se alarga enquanto acompanha o movimento da minha mão em seu ventre.

— Está tudo certo lá fora?

— Como a senhora mandou.

Ela revira os olhos.

— Para de me chamar assim.

— Não paro, porque você é minha senhora. Minha senhora Dixon.

Ela empurra meu peito, mas eu a seguro pela cintura e lasco um beijo em sua boca gostosa. Aurora agarra meu pescoço e faz o beijo durar mais do que planejei, soltando um gemidinho quando aperto sua bunda.

— Uma rapidinha? — sugiro, tentando subir seu vestido.

Ela morde o lábio, como se considerasse a ideia, mas acaba afastando minha mão com um tapa.

— Não vamos transar agora, Daryl! Amy avisou que está chegando.

— Amy não vai se importar de esperar um pouco enquanto eu cuido de você.

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