DARYL DIXON | +18
Depois de saber do "acidente" que deixou seu cunhado em coma, Aurora Fisher retorna à sua cidade natal para dar apoio a irmã e ao sobrinho. Sua estadia não dura muito, já que alguns dias depois os mortos passam a assombrar a terra...
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Dia 22 depois do fim
AURORA
Acordo antes do nascer do sol. Está muito escuro lá fora, mas não consigo adormecer outra vez. Como não tem muita coisa para me distrair, acabo dormindo muito cedo, o que resulta em acordar cedo também.
O banco traseiro do meu carro se tornou meu quarto. Já estou me acostumando, quase não me lembro da sensação de descansar em uma cama confortável. Minhas roupas e pertences espalhados pelo carro deixam claro que não sou uma pessoa muito organizada, pelo menos não quando tenho espaço para isso.
Me sento no banco e olho pela janela do carro, não tem uma alma viva acordada. O primeiro movimento que vejo vem de uma das barracas mais distante, é Daryl que sai se espreguiçando. Franzo as sobrancelhas vendo ele colocar aquele negócio, que descobri se chamar besta, no ombro e se enfiar na floresta, desaparecendo.
Que diabos esse homem faz no meio do mato essa hora? O sol nem nasceu!
O carro está abafado, abro a porta e saio. Levo minha coberta comigo, minha regata e meu shortinho não parecem muito adequados para sair exibindo. Me sento em um tronco e fico ali embrulhada, vendo os primeiros raios de luz da manhã. Quem está na vigia em cima do trailer é Jim, mas não acho que ele esteja acordado, o que é bem preocupante.
Estou quase cochilando sentada quando ouço passos se aproximando na mata. Viro a cabeça pronta para gritar, mas percebo a tempo que é Daryl voltando. Ele está sem camisa e com o cabelo molhado. Deve ter ido ao rio.
E eu pensando que ele não costuma toma banho, já que nunca vi indicio algum de que ele se lavou.
Para uma pessoa tão atenta, ele não parece ter me notado. E eu aproveito para apreciar a bela visão que tenho.
Daryl coloca a besta perto de sua barraca e passa os dedos entre o cabelo para tirar os vestígios de água. Meu olhar vai descendo pelo pescoço, peito e abdômen. Ele tem um peitoral definido, braços fortes e é muito viril. Tenho que reprimir um tremor ao descer os olhos um pouquinho mais vendo aquela linha de pelos claros que se perde para dentro da calça de tecido grosso. Daryl exala uma força bruta, grossa e deliciosamente tentadora.
Mas que merda estou pensando? E por que estou apertando as coxas uma na outra desse jeito? É só um homem!
Tudo bem, ele é um homem muito atraente, confesso. Não consigo desviar o olhar daquele caminho para a perdição. Ele é um pecado, e eu não me importaria de ser castigada depois de pecar com ele.
Santo Deus, Aurora! Para com isso!
Espera... aquilo é uma gota de água escorrendo para dentro da calça dele?
Eu nunca quis ser uma gotinha, mas agora esse é o meu sonho.
— O que está fazendo aí, garota? — Sua voz abrupta me arranca dos meus pensamentos.
