CAPÍTULO 99

3.1K 369 102
                                    

Dia 640 a 645 depois do fim

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Dia 640 a 645 depois do fim

Quando Daryl percebeu que o ônibus havia partido, seu peito remoeu em uma mistura de sentimentos. Alívio, por saber que Aurora logo estaria longe dali com Judith, e desespero, porque não fazia ideia de para onde iriam. Naquele momento, o caçador pensou que foi uma tremenda estupidez não terem marcado um ponto de encontro. Mas ele não teve tempo para se lamentar, haviam mortos por toda parte e precisava correr para longe dali se quisesse sobreviver e voltar a ver sua esposa.

Olhou em volta uma última vez, conferindo que não deixaria ninguém para trás, e correu pelo campo, onde os mortos se espalhavam. Quando entrou na floresta, virou o corpo com hesitação, observando a prisão destruída.

Aquele lugar guardava muitas de suas memórias. Foi ali que ele se declarou para Aurora, que a pediu em casamento, que se casaram. Foi naquele lugar que sua esposa deu à luz a sua filha. Era ali que Love estava enterrada. Uma pontada atingiu seu peito, espalhando-se por suas veias, deixando seu corpo pesado.

Daryl nunca foi apegado a lugares, mas isso foi antes de viver algo marcante. A partir do momento que conheceu Aurora, qualquer lugar que formaram memórias se tornou importante para ele. O acampamento, a cachoeira, o CDC, a fazenda... A prisão. E a última, era onde haviam ficado mais tempo, onde tiveram a chance de se amar com toda intensidade que mereciam. Entre aquelas paredes frias e cinzentas, ele declarou seu amor e devoção. Foi ali que segurou sua filha pela primeira e ultima vez. Aquele lugar não era só mais um lugar. Era parte de sua vida.

E por mais que não quisesse deixar a prisão para trás, não havia alternativa. Então, com um último olhar, Daryl deu adeus ao abrigo que um dia chamaram de lar. Se embrenhou na floresta, desviando dos mortos que apareciam cada vez mais.

Ele correu por um tempo. Suas flechas acabaram e sobrou apenas sua faca, mas não se arriscaria a lutar com muitos infectados de uma vez, correr era a opção mais segura. Já estava sem fôlego quando parou próximo a uma árvore para descansar.

"Psiu!"

Daryl olhou em volta, procurando a fonte do som e preparando-se para um ataque surpresa que não chegou.

"Aqui em cima, Daryl!" uma voz sussurrada e familiar o chamou.

Ele levantou a cabeça no mesmo segundo, encontrando a garota loira sentada em um tronco grosso no alto da árvore, as pernas magras balançando. Ela parecia aliviada por vê-lo.

— Sophia. — Ele abaixou a faca e respirou aliviado. — O que está fazendo aqui? Você não deveria estar no ônibus?

— Eu queria ajudar e acabei perdendo o ônibus. — Ela se agarrou ao tronco e foi descendo devagar, até pular quando julgou que a altura não causaria estragos. — Maggie me mandou correr para longe.

Daryl segurou o rosto sujo da garota, procurando por algum ferimento. Analisou seus braços expostos, notando alguns arranhões, provavelmente causados pela escalada. Não parecia ter um ferimento grave.

Save MeOnde histórias criam vida. Descubra agora