CAPÍTULO 04

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O Dia do Fim

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O Dia do Fim

AURORA

Do jeito que o trânsito está, parece que a cidade toda decidiu se afugentar em Atlanta. A notícia de que há um lugar seguro na cidade se espalhou e agora estamos presos em um baita congestionamento. Pessoas gritam, buzinas soam e crianças choram. A coisa ficou tão ruim, que gradualmente o pessoal foi saindo dos carros para esticar as pernas ou apenas buscar informação sobre o que está havendo.

Minha bunda dói por estar sentada há tanto tempo no banco do carro, que mesmo sendo macio, já começa a incomodar. Vejo Shane caminhar em direção ao meu carro, ele tirou a farda e agora traja apenas a camisa cinza do uniforme.

— Você está bem? — questiona, apoiando os braços na janela aberta.

— Sim, estou. — Aceno para Lori, que está fora do carro com Carl, ela sustenta uma expressão neutra e indecifrável.

Lori é boa em disfarçar suas emoções, e é exatamente isso que está fazendo. Minha irmã não quer piorar a situação chorando na frente do filho. Ela vai segurar a barra até quando for necessário, até que não suporte mais e desabe de vez.

— Acha que isso vai melhorar? — Aponto para os carros. — Vamos conseguir passar?

Shane suspira cansado e tira o boné, coça o cabelo e volta a colocá-lo.

— Quero muito acreditar que sim, mas não acho que vai rolar. Se conseguirmos passar e entrar na cidade, a chance de ter abrigo para todas essas pessoas é mínima. As coisas aconteceram muito depressa, não tiveram tempo de se preparar.

— O que vamos fazer?

— Ainda não sei. — Shane me olha com incerteza. — Mas vamos ficar bem, Aurora. Daremos um jeito.

— Espero que sim.

Ele se desencosta do carro.

— Vou ver se Lori precisa de alguma coisa.

— Leva isso, vocês precisam comer. — Agarro um pacote de biscoitos e uma garrafa de suco na caixa de alimentos que Lori preparou. — Faça ela comer um pouco, por favor.

— Deixa comigo.

— E manda o Carl pra cá.

Ele assente e se afasta. Logo meu sobrinho entra no carro e se senta ao meu lado.

— Oi, tia.

— Oi, querido. — Sorrio e arrumo seu cabelo, estava todo desalinhado. — Está com fome? — Ele confirma. — Biscoitos ou batatinhas? — questiono, me debruçando no banco para remexer a caixa de comida.

— Biscoitos.

— Aqui está.

— Obrigado.

— Quer algo pra beber?

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