CAPÍTULO 121

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Pouco mais de 10 anos depois do fim

AURORA

— Tudo bem, respira comigo — digo com suavidade, acariciando seus joelhos com minhas mãos enluvadas.

Ela fecha os olhos com força, um gemido atormentado escapando dos lábios cerrados. Os fios loiros estão presos no topo de sua cabeça, mas alguns rebeldes grudam em sua testa suada.

— Você precisa respirar.

— Não consigo — ela diz, abrindo os olhos e me encarando em aflição. — Ah, meu Deus, como é que as mulheres continuam tendo filhos? Isso é horrível!

O rapaz ao seu lado solta uma risadinha, mas logo fica sério ao ser encarado com raiva.

— Viu? Você está respirando. Fica mais fácil assim, não é? — Dou um sorriso para ela, sabendo que voltará a sofrer em menos de um minuto, quando a próxima contração vier. — Você está indo muito bem.

Ela relaxa a cabeça nos travesseiros, recebendo a carícia do parceiro em seu cabelo. Nem parece que minutos atrás ameaçou chutar a bunda dele se ele respirasse alto demais perto dela.

— Aí está vindo — aviso ao olhar o cronômetro ao lado da cama. — Respire fundo e faça força. Já está acabando.

Ela faz o que mandei e aperta a mão do rapaz, enquanto ele lhe dá palavras de incentivo e contorce o rosto, incomodado com o sofrimento dela.

— Só mais um empurrão — digo, dando uma olhada nela para ver se está tudo bem. Seu rosto está vermelho pelo esforço. — Isso mesmo, meu bem, você vai conseguir.

E então eu seguro o bebê com cuidado, enquanto a mãe solto um ruído de alívio. Prendo o cordão umbilical e corto em seguida. A enfermeira me estende uma toalha, e eu limpou a criança que chora, mostrando o quanto seus pulmões são fortes.

Coloco o bebê nos braços da mãe com cuidado, apreciando o momento em que ela o vê pela primeira vez. Seus olhos azuis úmidos observam a criança com emoção.

— Você foi muito bem, Sophia — digo, acariciando seu cabelo e sorrindo orgulhosa. — Seu garotinho é saudável.

Ela olha para mim, seu corpo vibrando em uma risada chorosa.

— Obrigada, tia Rora

Carl desvia os olhos de seu filho nos braços de Sophia, me olhando emocionado, e eu sorrio para ele. Sua mãe estaria tão orgulhosa, é o que tento dizer sem palavras. Ele funga e balança a cabeça.

Deixo o quarto em silêncio para dar alguns minutos de privacidade a eles antes que precisemos fazer os exames do bebê e deixar Sophia mais confortável.

— Escutei o choro. Eles estão bem? — Carol me aborda em frente ao quarto, onde aguardava ansiosa com Rick.

Seguro suas mãos, puxando-a para perto de Rick. Ele está apoiado em sua bengala, também esperando pela novidade.

— Sim, o parto foi tranquilo e eles estão bem. Vocês são avós de um menino.

Carol coloca a mão no peito, os olhos brilhando, e Rick solta uma risada.

— Mal posso acreditar que nossos filhos estão tendo filhos.

É mesmo difícil entender que nossas crianças cresceram. Lembro-me muito bem de quando estávamos na pedreira, há dez anos, e Carl e Sophia corriam pelo acampamento. Ou quando cresceram um pouco e viviam de implicância. E hoje eles se tornaram pais.

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