CAPÍTULO 54

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Dia 75 depois do fim

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Dia 75 depois do fim

Segundos. Não foi um minuto, nem dois. Foram segundos. Poucos segundos. Esse foi o tempo que o grupo levou para alcançar Dale.

O velho homem gritava e o morto rasgava seu abdômen, expondo seus órgãos. Alguém puxou o morto para longe e, enquanto davam cabo dele, Aurora se ajoelhou ao lado de Dale.

— Não se preocupe, Dale. Estou aqui com você — ela dizia, a voz trêmula.

Ao ver o ferimento grave, a enfermeira arrancou seu casaco e cobriu o abdômen aberto, na esperança de estancar o sangramento. Logo o tecido estava encharcado, pintado de um vermelho assustador.

— Alguém me ajuda! Por favor! — ela berrou. — Tragam mais panos! Preciso estancar o sangue. Ele está ficando muito fraco!

O desespero em sua voz era nítido e, no fundo, ela sabia que de nada adiantaria qualquer esforço.

Mas Aurora era movida pela emoção. E ali, em sua frente, estava uma pessoa que amava. E ela nunca se perdoaria se não lutasse até o fim por ele.

Dale agonizava. Grunhia de dor e desespero.

— Fique aqui, por favor! Eu imploro, Dale! — O rosto dela estava inundado pelas lágrimas. Ela soluçava e tentava de todo jeito cobrir o ferimento com as mãos.

— Está... Está tudo bem... — Dale colocou toda força que lhe restava naquelas palavras.

— Não, não está nada bem! Fique aqui comigo, por favor!

Aurora sabia que algo acontecia em sua volta. Ouvia Rick gritando por Hershel, o resto do grupo se aproximando, mas tudo parecia muito distante. Seus olhos molhados se concentravam no homem sôfrego.

Ela sentia algo queimando dentro de si, uma dor forte se alastrando por todo o peito, e se esforçava para continuar focada no ferimento.

Havia tanto sangue. Suas mãos estavam sujas, seu vestido e a jaqueta ensopada também. E nada do que fazia adiantava. O sangue continuava a jorrar e a vida de Dale se esvaia aos poucos.

— Eu preciso de ajuda! O sangramento não está parando!

Olhou desesperada para os outros, que já tinham entendido que não havia salvação para Dale.

— Por favor! — Aurora suplicou entre soluços.

— Não há nada que possamos fazer. Sinto muito — Hershel falou com pesar.

— Ele está certo, Aurora. — Edwin se abaixou ao lado dela e colocou a mão em seu ombro. — Pode parar agora, ele não vai aguentar.

A enfermeira olhou para o homem e pousou a mão suja em seu rosto cansado.

— Acho que nada de encontros diários para nós, não é? — Ela acariciou a bochecha do homem e se debruçou para beijar sua testa. — Eu amo você, Dale. Nós vamos ficar bem. Você pode descansar agora, meu velho e bom amigo.

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