DARYL DIXON | +18
Depois de saber do "acidente" que deixou seu cunhado em coma, Aurora Fisher retorna à sua cidade natal para dar apoio a irmã e ao sobrinho. Sua estadia não dura muito, já que alguns dias depois os mortos passam a assombrar a terra...
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Dia 80 depois do fim
AURORA
Meus pais tinham uma fazenda na Geórgia. Eu gostava de lá, mas as visitas eram raras. Depois que eles morreram, Rick sempre nos levava nos fins de semana. Carl adorava o campo, os cavalos, a lama. Lori preferia a confortável rede na varanda, e Rick gostava de seguir o filho para todo lado, encantado com as novas descobertas da criança. E eu... Bom, eu gostava de como tudo parecia simples. Eu gostava de andar a cavalo, correr contra o vento ou simplesmente sentar embaixo de uma árvore para ler. Era tudo tão calmo e... Simples.
Sinto falta disso. Da simplicidade.
Agora vejo que sempre compliquei muito minha vida quando, na verdade, deveria ter aproveitado mais.
"Aurora, não deixe as pessoas se aproximarem"
"Não se apaixone de novo"
"Não dependa de ninguém"
"Não seja fraca ou emotiva"
"Foque em você mesma e nada mais"
Besteira. Tudo besteira.
Eu deveria ter me aproximado das pessoas, me apaixonado, compartilhado momentos, deixado algumas lágrimas caírem de vez em quando, ser mais empática, tentar ser melhor para as pessoas que me rodeavam.
Se eu pudesse, teria feito diferente.
Se eu soubesse que um dia me arrependeria de não ter vivido minha vida da forma mais intensa, eu teria feito algo para mudar.
Não me entenda mal. Adoro estar com a minha família agora. Adoro estar com Daryl. Adoro as amizades que fiz e os laços que o fim do mundo me trouxe.
Mas vamos combinar que a situação é uma merda.
Mortos vivos? Sério?
— Isso acalma, não é? — a voz suave de Beth me traz de volta ao momento.
— Sim. Eu tive um pônei quando era criança — comento, continuando a escovar a crina marrom do cavalo. — Se chamava Romeu. Ele ficou doente e tiveram que sacrificá-lo.
— Oh, isso é triste. — Ela suspira e cruza os braços, apoiando o corpo na pilastra de madeira.
— Como você está?
Beth sorri.
— Melhor. Foram dias difíceis.
— Foram, sim. — Acaricio a crina do cavalo e saio da baía, fechando o portãozinho. — Tá tudo uma merda, né?
— Sim, mas ainda estamos aqui.
— Acho que essa é a parte boa. — Sorrio para ela e lhe dou um beijo no rosto. — Fico feliz que esteja melhor.