CAPÍTULO 82

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Dia 377 depois do fim

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Dia 377 depois do fim

AURORA

É estranho ter outras pessoas por perto. Passamos meses juntos, somente o grupo que sobrou da fazenda, então é difícil acostumar com novos rostos. São pessoas estranhas, gente que não conhecemos, que não sabemos se podemos confiar. Mas, ao mesmo tempo, acredito que isso seja bom. Quanto mais gente, mais fortes nos tornamos.

Para nossa proteção, colocamos os antigos moradores de Woodbury em outro bloco de celas, ao lado do nosso, separados por uma grade que fica trancada durante a noite. Isso continuará até que a gente confie neles completamente.

O sol não está muito forte essa manhã, então aproveito para passear com Judith no campo.

— Hey — cumprimento Rick.

Ele levanta o rosto e sorri minimamente. Está capinando o mato selvagem para começar uma horta. Se tudo der certo, em breve teremos verduras frescas.

— Tudo bem?

— Sim. Só estamos dando uma volta.

Seus olhos focam na bebê em meu colo, o rostinho protegido pela fralda.

— Ela está dormindo?

— Não, só quietinha.

Rick hesita por um momento, antes de arrancar as luvas e enfiar no bolso da calça. Ele vem até mim e estende os braços. Tiro a fralda do rosto de Judith e a entrego para o pai.

— Olhe só para você. — Sorri para ela. — Está crescendo tão rápido.

Judith faz um biquinho e começa a chorar. Rick tenta acalmá-la, mas não funciona. Ele suspira frustrado e a entrega para mim.

Ele não pode realmente esperar que ela se sinta confortável nos braços dele. Ele nunca fica com ela, é quase um estranho.

— Talvez... — eu começo, hesitando. — Talvez você devesse passar mais tempo com ela. Ela só precisa se acostumar com seu colo.

— Tenho muitas coisas para fazer.

— Ela é sua filha, Rick — digo, cansada. — Precisa agir como pai dela.

Rick não cuida de Judith. No início, eu pensei que ele estivesse ocupado demais com a "guerra" contra o governador e depois com a adaptação das novas pessoas. Mas começo a entender que talvez Rick esteja evitando se aproximar da filha. Talvez ele não suporte olhar para ela e ver Lori.

Ele não me responde. Apenas dá as costas e volta ao seu trabalho. Odeio que faça isso.

— Você me pediu para cuidar dela — falo em voz alta. — E estou fazendo isso. Estou me esforçando, fazendo o melhor que eu posso. Mas isso não é uma tarefa para uma pessoa, ok? Eu preciso de você, as crianças precisam de você.

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