CAPÍTULO 78

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Dia 340 depois do fim

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Dia 340 depois do fim

DARYL

Sinto falta de quando minha mente era apenas um espaço vazio, que eu poderia preencher com uma distração passageira ou embaraçar com algumas doses de álcool. Ainda me lembro de quando eu conseguia ficar na floresta por horas fazendo o que faço de melhor, que é caçar.

Agora minha mente está, por todas as horas que fico acordado e até inconscientemente, em Aurora. É como se ela tivesse comprado um terreno em minha cabeça e construído uma casinha ali, fazendo da minha mente sua residência permanente. Não consigo me concentrar em outra coisa, não consigo afastar sua imagem ou sua voz da minha cabeça. É meio irritante.

O Daryl de um ano atrás estaria rindo de mim. Ele diria: você está mesmo desse jeito por causa de uma mulher? Toma jeito, cara!

O problema é que o antigo Daryl não conhece a Aurora, nem se apaixonou por ela. O antigo Daryl é só um cara vazio e sem futuro, cujo único propósito da existência é continuar sobrevivendo.

Não estou dizendo que minha vida se resolveu ou revelou seu sentido quando conheci Aurora, estou dizendo que ela abriu meus olhos. Ela me deu um propósito, ela me mostrou que eu era um homem digno e que eu tinha valor. Ela me fez enxergar o que já havia dentro de mim.

Aurora Fisher chegou sorrateiramente em minha vida. Com seu belo par de olhos castanhos, seu cabelo cheiroso e seu queixo adorável. De início, eu quis me manter longe dela. Pensei que fosse apenas uma garota que estava procurando uma ventura, um bom sexo para se divertir, e de certa forma ela estava. Achei que depois que a gente transasse, ela fingiria que não tinha acontecido ou simplesmente não olharia na minha cara nunca mais, mas foi o contrário. Mesmo quando eu a rejeitei, ela continuou me tratando bem, como um amigo.

Eu soube que estava perdido quando passei a sentir a falta dela, e devo dizer que foi logo no início. Talvez seja porque ela foi uma das únicas pessoas do grupo que se aproximou dos Dixon, que se esforçou para nos tratar da mesma forma que tratava os outros. Aurora era o exemplo perfeito de bondade e empatia.

Quando botei meus olhos nela naquela estrada, no dia do fim, não passou pela minha cabeça que estaríamos aqui agora, que ela seria minha.

Seus olhos estão fechados, a expressão suave no rosto adormecido. Sua mão repousa em minha cintura e sua cabeça em meu peito, espalhando os fios castanhos pela minha camisa.

Eu me mexo um pouco e ela agarra minha cintura com mais força, se aconchegando mais a mim.

— E isso porque disse que eu nunca mais tocaria em você — sussurro.

Afasto o corpo de Aurora com delicadeza e saio da cama, ajeitando a coberta para que ela não fique com frio. Beijo a testa dela e deixo a cela em seguida.

Já é noite, por volta das sete.

Uma parte do grupo está jantando. Pego um prato de ensopado e levo comigo. É meu turno na vigia e já devo estar atrasado.

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