CAPÍTULO 28

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Dia 47 depois do fim

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Dia 47 depois do fim

AURORA

Deixamos o CDC para trás, e lá, soterrado em suas cinzas, o pouco de esperança que ainda nos restava. De acordo com Jenner, nenhum lugar resistiu, todos os centros de pesquisa foram sucumbindo e o último com que ele teve contato foi o francês, até que este também deixou de dar notícias. Estamos sozinhos em um mundo condenado, somos o resto da população, o que sobrou.

E então, o que fazemos agora?

Shane sugeriu que fossemos para Fort Benning, que era sua ideia inicial antes do CDC.

— Eu não acredito que tenham resistido. Teriam entrado em contato com o DCD se ainda estivessem lá — Edwin fala.

— A gente não pode mesmo jogar ele para os zumbis? — Shane pergunta para Rick, recebendo uma revirada de olhos do médico. — Você não devia ter ficado lá?

Jenner suspira e dá uma olhada para Amy, que simplesmente o ignora. É como se ele dissesse "Bom, eu teria morrido feliz se alguém não tivesse me arrastado para fora."

— Shane, já chega. Jenner está conosco agora — meu cunhado diz.

Shane solta o ar pelo nariz com desdém.

— É claro, chefe.

Eles voltam a conversar sobre nossos possíveis destinos e eu me afasto. Vou em direção a Carl e Sophia sentados no meio fio, eles leem um quadrinho atentamente e riem. Gosto de como as coisas parecem normais quando olho para os dois. Isso renova minhas forças e acende uma fagulha de esperança dentro de mim.

Precisamos encontrar um lugar seguro. Um lugar em que as crianças possam correr, brincar e rir sem medo de atiçar um bando de infectados famintos. Talvez um lugar com cercas ou muros, outras crianças, outras pessoas. Acho que pode existir algo assim, deve ter mais gente por aí construindo um novo lar, uma vida segura, ou quase isso.

Sento ao lado das crianças e deito a cabeça nos joelhos dobrados. Fico apenas ouvindo a conversa infantil e as risadas baixas. A brisa fresca toca minha pele e eu agradeço por isso, o dia está muito quente.

A Jacqui ficou no CDC, escolheu ficar. Ela desistiu. Achou que não valia mais a pena viver, foi o que Amy contou, ela e o Jenner foram os últimos a vê-la. O médico teria ficado com ela, se não fosse por Amy convencê-lo do contrário.

Perder a Jacqui estilhaçou uma parte do meu coração. Eu não a conhecia muito bem, mas já estava acostumada com sua presença. Fazíamos o café da manhã juntas todos os dias e ela não era muito de bater papo, mas essa companhia matinal meio que nos ligou de certa forma. Entendo a decisão dela, e seria mentira se eu dissesse que não pensei nisso também. Seria mais fácil, não é? Simplesmente aceitar que esse mundo não é mais nosso e parar de resistir. Acho que ela foi corajosa, tão corajosa quanto quem decidiu continuar vivendo.

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