CAPÍTULO 117

1K 157 191
                                    

Dia 836 depois do fim

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Dia 836 depois do fim

"Cavei uma cova para você. E outra para mim, bem ao seu lado. Se você vai deixar esse mundo, terá que me levar junto."


Quando tentava se lembrar de sua vida antes de conhecer Aurora Fisher, vinham uma sessão de flashes tingidos de um cinza sem graça. E quando ela aparece pela primeira vez em suas lembranças, pontinhos de cor começam a despontar. Até tudo se encher de cor, vida e esperança.

Daryl nunca achou que conheceria o paraíso, acreditava que não era digno, até ela chegar. Começou a pensar que, se ela o achava merecedor de seu afeto, então talvez ele não fosse tão ruim assim.

Quando conheceu Aurora Fisher, algo flamejou dentro de Daryl Dixon. Uma fagulha hesitante de esperança. Ela o fez desejar e esperar por mais, um luxo que nunca havia se permitido. E ela despertou nele uma ânsia crescente de ser um homem melhor.

Ela era o seu farol solitário no meio do oceano. E ele um navegante perdido, atraído por sua luz.

— Um navegante não pode ficar sem seu farol — Daryl sussurrou, apertando o corpo dela junto ao seu, e andando o mais depressa que conseguia.

O sangue de Aurora se espalhava pelas vestes de ambos, num vermelho carmesim perturbador. A palidez de sua pele o aterrorizava e tudo que ele queria era chorar como um garotinho e implorar que ela não morresse.

Mas não podia, não podia. Se parasse para se lamentar, ela perderia qualquer chance que ainda tivesse de sobreviver.

— Você está exausto, me deixa carregar ela um pouco — Merle disse, tentando acompanhar os passos do irmão.

Daryl apertou os lábios, resetado com a ideia de separar-se dela. Ninguém seria tão cuidadoso quanto ele. Ninguém se esforçaria tanto para mantê-la viva quanto ele.

— Eu consigo.

Merle disse algo, talvez tenha insistido, mas seu irmão não o escutou.

Aurora estava mole em seus braços, e ele não tinha outro foco que não fosse cumprir sua missão de fazer a vida voltar ao amor de sua vida.

Por favor, por favor...

— Por favor — sussurrou, engolindo as lágrimas.

Estavam chegando. A parte mais difícil foi atravessar o pântano, e ela acordou quando estavam lá. Chamou por ele, mas desmaiou outra vez antes que Daryl pudesse alcançá-la.

Meu Deus, não podia perdê-la.

Uma pequena parcela do peso em seu pulmão se foi quando os muros de Hilltop ficaram visíveis.

Ele apertou o corpo dela com cuidado contra o seu peito e obrigou seus pés a se moveram ainda mais depressa.

— Abram essa droga! — gritou, antes mesmo de chegarem aos portões.

Save MeOnde histórias criam vida. Descubra agora