DARYL DIXON | +18
Depois de saber do "acidente" que deixou seu cunhado em coma, Aurora Fisher retorna à sua cidade natal para dar apoio a irmã e ao sobrinho. Sua estadia não dura muito, já que alguns dias depois os mortos passam a assombrar a terra...
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Dia 75 depois do fim
AURORA
Meu coração está partido. E isso dói.
Isso acabou mesmo de acontecer? Eu estava lá, eu sei que aconteceu, mas... É tão difícil de acreditar.
Quem é aquele homem que acabei de deixar para trás? O que ele fez com um dos meus melhores amigos?
Passo as mãos no rosto depressa, enquanto Amy vem em minha direção, tentando disfarçar o quão abalada estou.
— Estava te procurando. As crianças querem fazer piquenique no lago e... — ela tagarela ainda se aproximando, mas sua voz morre ao chegar mais perto. — O que aconteceu, Aurora?
Balanço a cabeça, sabendo que se disser algo minha voz sairá tremula e denunciará meu estado. Não que ajude em algo, provavelmente meu rosto entrega tudo.
— Rora. — Amy coloca as mãos nos meus braços com urgência. — O que houve?
Não quero que ninguém sabia o que aconteceu. Se isso se espalhar, vai virar uma confusão. Já temos problemas demais nesse momento.
— Não foi nada, Amy — tento soar firme, mas fracasso.
Porque uma das pessoas que eu mais confiava acabou de me assediar. Como eu posso soar firme e tranquila depois disso?
— Aurora, por favor. — Seus olhos suplicam. — Eu sei que aconteceu algo. Seus olhos estão vermelhos e você está gelada e trêmula. O que aconteceu?
As lágrimas voltam a se acumular em meus olhos.
— Eu estava com o... Com o Shane — começo. Preciso falar disso com alguém, talvez assim eu me acalme um pouco. — Ele... O Shane, ele...
Parece tão mais inacreditável dizer isso em voz alta pra outra pessoa.
— Aconteceu alguma coisa com ele? — Ela se preocupa. Quando percebe o meu silêncio, seu olhar fica cauteloso. — Ele fez alguma coisa com você?
— Ele me beijou a força, Amy — conto de uma vez, e enfio o rosto nas mãos.
Por que ele fez isso?
Amy me envolve em um abraço apertado e eu desato a falar tudo que aconteceu.
— Eu vou matar esse filho da puta — sua voz soa ameaçadora. — Vou cortar as bolas dele e dar para os mortos comerem.
Me afasto depressa e seguro seu rosto.
— Eu só quero esquecer isso, tá? Por favor, por mim, não faz nada, nem conta pra ninguém.
Amy me olha como se eu tivesse acabado de dizer o maior absurdo que já escutou.
— Como assim, amiga? Olha a merda que ele fez! Esse escroto precisa pagar por isso.