CAPÍTULO 14

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Dia 37 depois do fim

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Dia 37 depois do fim

DARYL

Aurora Fisher é uma praga. E estou completamente convencido disso. Uma praguinha insolente, atrevida, irritante e muito delici... Digo, muito chata.

— O que acha que vai acontecer com ela quando a única coisa que sobrar pra comer for carne? — Merle pergunta.

Aurora está afastada do pessoal que almoça um belo assado, ainda do alce que eu trouxe no outro dia. Ela come vegetais enlatados.

— Quando tiver apenas carne, ela vai comer.

— Não sei, não. Ela me parece o tipo de mulher que não desiste tão fácil.

Seu interesse em Aurora me irrita.

— Por que estamos falando dessa garota?

— Gosto dela — Merle diz, simplesmente.

Como assim ele gosta dela? O que aconteceu nos dias que passei fora?

— Ela tem idade para ser sua filha.

— Está com ciúmes, Darlynda? — Ergue as sobrancelhas, eu reviro os olhos. — Ela é novinha, mas o papai aqui dá conta.

Sinto vontade de costurar sua boca para que pare de soltar merda o tempo todo.

— Imundo.

— Estou brincando, irmãozinho. Calma! — Ele ri. — Quando digo que gosto dela, não é desse jeito, apesar de que se ela me desse bola eu não desperdiçaria a oportunidade... Ai, porra! — Ele me olha feio quando chuto sua canela com força. — Calma, Darlynda! Como eu dizia, não gosto dela desse jeito.

— Gosta como, então?

— Ela é maneira. Não fica olhando torto ou se afastando, os outros sim.

— E daí?

— A garota é bacana, Daryl. Admitir isso não vai te matar.

— Não vou admitir nada, porque não acho nada — digo, me levantando. Ele ri da minha cara, como se eu fosse algum palhaço e essa merda fosse o circo.

Otário.

Pego a besta no chão e a lanterna. Sigo para a mata.

— Vê se não some por muito tempo dessa vez, a garota quase morreu de preocupação — ele me provoca.

Dou uma última olhada para trás e vejo aqueles olhos castanhos focados em mim. Ela está sempre me olhando e não entendo isso. Demoro a desviar o olhar, mas consigo.

A floresta é minha casa. Me sinto melhor aqui do que no acampamento com todas aquelas pessoas. Ficar parado em um único lugar me irrita, gosto de estar em movimento.

Já estou me acostumando a topar com os infectados por aí e a cada vez fica mais fácil acertar suas cabeças. Minha pontaria é impecável, mas é perigoso quando eles estão perto demais, eufóricos e tentando me devorar.

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