DARYL DIXON | +18
Depois de saber do "acidente" que deixou seu cunhado em coma, Aurora Fisher retorna à sua cidade natal para dar apoio a irmã e ao sobrinho. Sua estadia não dura muito, já que alguns dias depois os mortos passam a assombrar a terra...
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Dia 590 depois do fim
AURORA
Sinto a floresta ao meu redor. Está tudo tão quieto e tranquilo. Há apenas a brisa fresca, os galhos e as folhas balançando. Alguns feixes de luz se infiltram entre as copas altas das árvores, mas se não fosse por isso a floresta seria um breu, a mata é muito fechada nesse ponto.
— Não podemos ir para um lugar mais aberto? — pergunto, abaixando a besta pesada.
Ele se desencosta do tronco, de onde me observava com diversão, e vem até mim.
— É o lugar mais tranquilo que achei pra você praticar. Agora pare de reclamar e preste atenção.
Ele se posiciona atrás de mim e agarra meu quadril com ambas as mãos.
— Abra um pouco as pernas, amor — pede, sua voz soando baixa e rouca em minha orelha. Afasto um pouco as coxas, mas não parece ter sido o suficiente. Ele desce a mão pela lateral da minha perna e contorna minha bunda, infiltrando os dedos entre minhas coxas. — Assim, desse jeito — diz, afastando mais minhas pernas. — Isso, perfeito.
Mordo o lábio, tentando não arfar vergonhosamente. Não acho que ele tenha noção de como está me provocando com esses toques inocentes.
— Agora faça como te ensinei.
Obedeço e ergo a besta na altura dos olhos. Fecho um olho e miro no círculo branco que ele desenhou em uma das árvores.
— Imagine um suculento esquilo — fala, sabendo que tenho dó dos pobres esquilos.
— Amor!
Ele ri perto do meu pescoço, seu hálito quente me fazendo cócegas.
— Tudo bem, imagine um morto bem feio.
Me concentro e solto a flecha. Para a minha surpresa, acerto a borda do círculo.
— Viu isso? — Viro para Daryl com um sorriso enorme e solto a besta no chão, pulando no colo dele em seguida.
Ele me segura pela cintura e ri da minha empolgação. Acho que está orgulhoso também, afinal tem me ensinado a usar seu trequinho há dias e é a primeira vez que acerto.
— Sim, foi ótimo.
Sabemos que não tenho o menor talento para ser uma caçadora e não tenho interesse em me tornar uma, mas é o de menos. Fazemos isso porque apreciamos o tempo que passamos juntos na floresta. Agora entendo porque ele gosta tanto de sair para caçar. Aqui é silencioso e parece que estamos parados no tempo. Amo estar aqui fora com ele, é como se eu me livrasse de um peso enorme e pudesse respirar aliviada.
— Essa é a parte que você me joga no chão e a gente fode pra comemorar meu primeiro acerto? — pergunto, levantando uma sobrancelha.