CAPÍTULO 59

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Dia 81 depois do fim

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Dia 81 depois do fim

AURORA

Quando saímos do acampamento na pedreira, foi diferente. Estávamos todos juntos e tínhamos um destino. Havia a incerteza, é claro, mas o que nos consolava era saber que, independentemente da situação, enfrentaríamos juntos.

Agora somos apenas Amy, Edwin e eu. Três pessoas fugindo de um lugar que imaginamos que fosse seguro.

Penso em minha irmã, meu sobrinho, Rick... Penso em Daryl... E em todas essas pessoas com quem me importo.

Acredito que tenham conseguido fugir, já que a maioria dos carros não estava mais lá. Também não havia ninguém na casa. Espero que tenham conseguido.

Edwin dirige em silêncio.

— Pensei em fazer o retorno na ponte e voltar para a rodovia. Se formos pensar de um jeito lógico, é o mais próximo de um ponto de encontro que temos.

— É uma boa ideia. O que acha, Amy?

Me inclino entre os bancos, encontrando minha amiga de olhos fechados, as mãos agarradas ao estofado de couro. Ela está pálida e os lábios tremem.

— Amy? — chamo novamente.

Ela abre os olhos. Estão arregalados e ela parece prestes a desabar.

— Meu bem? Qual o problema? — Edwin se preocupa.

— Não consigo respirar direito — ela fala com dificuldade. — Acho que estou infartando.

— Não, não está. — Inclino o corpo entre os bancos e puxo o zíper de sua jaqueta para baixo, abrindo completamente. — Está tendo um ataque de pânico.

— Aurora, eu não consigo... — Ela começa a respirar falhamente e agarra meu braço.

— Abra os vidros e diminua a velocidade.

Edwin faz o que peço. O vento fresco adentra o jipe, arrepiando minha pele.

Ajudo Amy a tirar a jaqueta e prendo seu cabelo.

— A adrenalina baixou e agora seu corpo está reagindo — explico. — Respira devagar, ok? Respira comigo, Amy...

Os olhos verdes se enchem de água. Ela ofega, mas tenta se acalmar.

— Isso, você está indo muito bem — Edwin incentiva.

Amy aperta meus dedos com força, mas não me importo. Continuo respirando calmamente e ela me acompanha.

— Você se lembra daquela vez que levamos as crianças ao lago lá na pedreira? — pergunto, na intenção de causar uma distração. Ela precisa pensar em algo que não seja seu corpo entrando em colapso. — Foi legal, não foi?

— Sim.

— Você pesca muito bem. Lembro dos peixes enormes que trazia para o acampamento. Onde aprendeu?

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