DARYL DIXON | +18
Depois de saber do "acidente" que deixou seu cunhado em coma, Aurora Fisher retorna à sua cidade natal para dar apoio a irmã e ao sobrinho. Sua estadia não dura muito, já que alguns dias depois os mortos passam a assombrar a terra...
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Dia 320 depois do fim
O grito de Aurora reverberou pela prisão silenciosa, causando arrepios em cada um ali. Havia tanta angústia, tanta aflição, que nem mesmo seu corpo suportou. Os joelhos fraquejaram e ela deixou que eles encontrassem o chão.
O rosto foi inundado por lágrimas quentes que escorriam sem parar. O peito queimava, como se seu coração tivesse sido arrancado sem piedade.
Aurora sentia-se dilacerada. Tudo doía. Respirar parecia um sacrifício.
O movimento ao redor dela, as vozes, tudo parecia estar em câmera lenta. E em contrapartida, havia uma agitação perigosa dentro dela. Podia ouvir seu próprio coração, mas era só isso. Ouvia ruídos abafados, alguém chamando seu nome, braços rodeando seu corpo, mas nada parecia fazer sentido.
Ela pensava na irmã. Lori sorrindo, Lori a abraçando, Lori gritando de dor, Lori morrendo. E pensava também no cadáver que agora era Lori, porque já não havia mais vida nela.
Lori morreu. Sua irmã estava morta. Ela nunca mais a veria.
Nada de brigas, nada de abraços, nada de risadas, nada de planos. Tudo estava morto, assim como Lori.
Não parecia real.
Talvez seja um pesadelo. Talvez se eu abrir os olhos tudo esteja normal outra vez. Talvez minha irmã esteja viva.
Era um pesadelo. Um pesadelo que ela tinha que enfrentar na mais terrível, cruel e avassaladora realidade.
Lori está morta.
O primeiro som que Aurora ouviu, quando seus sentidos ficaram mais claros, foi o choro do bebê.
Levantou o rosto molhado, encontrando Carl com a criança nos braços
— Vem, eu ajudo você — Amy disse.
Aurora percebeu que era ela quem estava lhe abraçando. Viu o caçador do outro, abaixado ao lado dela, perdido sobre o que deveria fazer para ajudá-la.
— Deixa eu ver o bebê — Edwin pediu.
Carl se aproximou e entregou a criança para o médico, que a examinou rapidamente.
— O que a gente vai dar para ela? — Daryl perguntou, preocupado. — Tem alguma coisa aqui que bebê possa comer?
— Leite. — A voz de Aurora falhou. — Mas não temos aqui, precisamos encontrar fórmula.
— E precisa ser logo. Ela parece saudável, mas não vai sobreviver se não se alimentar — disse o médico.
— Não, nem pensar — Daryl murmurou. — Ela não. A gente não vai perder mais ninguém hoje.