DARYL DIXON | +18
Depois de saber do "acidente" que deixou seu cunhado em coma, Aurora Fisher retorna à sua cidade natal para dar apoio a irmã e ao sobrinho. Sua estadia não dura muito, já que alguns dias depois os mortos passam a assombrar a terra...
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Dia 58 depois do fim
DARYL
Coloco toda minha força ao descer o machado nas toras de madeira, partindo-as em dois. Gastar energia cortando lenha parece o melhor jeito de deixar a raiva sair. Pelo menos assim não saio dizendo coisas estúpidas para quem não merece.
Raiva de mim, da Sophia que se perdeu, do Rick que deixou a Sophia, da Carol que quer desistir da filha, do Shane fodido, daquele cavalo estúpido que me derrubou, e de mim de novo. Da Aurora também e daquele chinês deitado no colo dela.
O quê? Agora ela vai me deixar para ficar com ele? Até carinho essa maldita fez no cabelo lambido dele!
Palhaçada!
Se você não fosse tão idiota e conseguisse agir como uma pessoa normal, estariam bem agora.
É claro que não sei lidar com Aurora. Não sei lidar com suas preocupações, a importância que ela destina a mim, o carinho. Caramba, ela é incrível. E eu não sei como agir.
Fui rude, grosso, uma besta, e me arrependi das merdas que falei assim que elas saíram da minha boca, mas não voltei atrás. Orgulho é uma merda.
Aurora nem mesmo quer olhar na minha cara, muito menos falar comigo. Como ela mesmo disse, está fazendo exatamente o que pedi. Mas o pior foi sua expressão ressentida quando disse para eu não tratá-la assim, depois que a beijei.
Um beijo, dá para acreditar? Eu me vi desesperado, querendo algo dela, talvez esperando que parasse de me olhar daquele jeito indiferente, e a beijei. Foi tão estúpido.
Como eu me atrevi a tocá-la depois de como a tratei?
— Problemas? — O doutorzinho se aproxima. As mãos no bolso da calça, o rosto neutro.
Torço o nariz e descanso os braços.
Ainda não me esqueci que esse cara quase matou nosso grupo quando nos manteve no CDC. Por muito pouco não viramos churrasquinho.
— Algo assim.
— Eu posso? — pergunta, estendendo a mão.
Entrego o machado para ele e me afasto um pouco. Jenner levanta o machado e o desce, partindo a madeira.
— Cara, isso é pesado — ele diz, expirando com força. — Então, o que você fez?
— Do que está falando, doutor?
— Me chama de Edwin ou Jenner — pede, lançando-me um olhar antes de levantar o machado outra vez. — O que você fez pra deixar a Aurora irritada?
Acho que ele deveria parar de falar. Não estou gostando disso.
— Não fiz nada — minto.
— Ah, você fez... — Ele ri e balança a cabeça. — Mulheres como ela não ficam bravas por nada.