CAPÍTULO 06

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Dia 1 depois do fim

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Dia 1 depois do fim

AURORA

Não houve conversa pelo resto do caminho. Só fiquei me perguntando como ele sabia que estava indo na direção certa quando tudo parecia exatamente igual. Eu nunca conseguiria voltar para o acampamento sozinha. Meu senso de direção é horrível.

Suspiro aliviada quando o acampamento aparece em meu campo de visão. Quase corro para lá, mas me contenho em continuar atrás do homem que me salvou.

Daryl Dixon. O homem que me fez chorar com apenas algumas palavras e sua postura irritadiça.

— Tia! — Carl corre para mim, abraçando minha cintura. — Onde você foi? Mamãe ficou preocupada.

Não tenho tempo para responder, pois no próximo segundo Lori e Shane aparecem, os rostos aliviados.

— O que aconteceu? Você sumiu por horas! — Lori me abraça forte. Por cima de seu ombro vejo Daryl entrar em uma barraca afastada, quase no meio das árvores.

— Eu me perdi.

— Você se machucou? Está ferida? — Shane questiona, afastando Lori e Carl com delicadeza. — Aurora? — Coloca as mãos em meu rosto, me analisando.

— Não, estou bem.

— Santo Deus, Aurorita! Não suma desse jeito. — Ele me abraça. — Nunca mais saía por aí sozinha, ouviu?

Aceno com a cabeça.

Fiquei fora por mais tempo do que imaginei. O pessoal já almoça e todos parecem acomodados, ou o máximo que se pode acomodar em um lugar assim.

Não consigo comer nada, não depois de ver aquele homem morto. A imagem me assombra. E tudo piora quando assimilo isso ao banho de sangue no hospital. Fecho os olhos e consigo ouvir o barulho dos dentes daquele homem mastigando as tripas do médico. É como um terrível pesadelo, mas nesse estou muito bem acordada.

Sento em um tronco caído, mais afastada do grupo que conversa ou planeja, não sei. Enjoada e sem ânimo para conversar, me pego olhando para o outro lado do acampamento, diretamente para a barraca solitária. Daryl está sentado na terra e, se meus olhos estiverem certos, faz flechas com galhos. Parece concentrado em sua tarefa.

Me assusto quando ele me fita repentinamente, fazendo meu estômago vazio revirar e minha boca ficar seca. Percebo que estou com o rosto apoiado nas mãos enquanto o encaro descaradamente. Ele continua a me olhar, uma flecha inacabada entre os dedos e uma faca afiada na mão.

Sua aparência é o que eu chamaria de singular. É bonito de um jeito não comum, uma beleza que talvez não agrade aos olhos mais superficiais. Para mim, ele parece atraente e interessante. Como um mistério cheio de nuances.

Abaixo o rosto e o deito nos joelhos, sentindo minha cabeça doer pela falta de alimento e a boca do estômago implorar por misericórdia.

— Mamãe mandou você comer isso ou ela vai te bater. — Carl me entrega um pacote de batatas. — Tudo bem, tia?

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