CAPÍTULO 93

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Dia 603 depois do fim

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Dia 603 depois do fim

AURORA

Levanto os olhos do livro quando a porta da enfermaria abre. É Caleb, o médico que se juntou ao nosso grupo alguns meses atrás.

— O chá que você fez para as dores de cabeça do Charlie funcionou como mágica. — Aproxima-se com um sorriso. — E a senhora Glenda acabou de me agradecer pela pomada medicinal, disse que as costas estão doendo bem menos.

Sorrio e fecho o livro repleto de anotações.

— Isso é ótimo.

Ele se acomoda na cadeira do outro lado da mesa e apoia os braços no tampo de ferro.

— Estive pensando e acho que devemos pegar um espaço no campo só para plantar as ervas. Não encontramos muitas na floresta, então seria bom ter nosso próprio estoque aqui.

— É uma ótima ideia. Talvez a gente possa procurar uma casa de sementes no mapa, vai facilitar a plantação.

Ele concorda e continua a falar sobre o assunto.

Desde que o doutor Caleb chegou à prisão, Edwin passou a acompanhar Amy e Michonne na busca pelo Governador, então Caleb e eu nos encarregamos de manter a enfermaria funcionando.

A busca de Amy e Michonne não deu resultado até agora, mas elas se mantém firme nesse propósito. Estão certas de que, se ele estiver vivo, vão encontrá-lo. Não gosto nada de saber que vão cada vez mais longe procurando por esse homem, mas não há nada que eu possa fazer para impedi-las de continuar saindo e se arriscando.

Depois de Caleb se distrair com uma paciente, volto a estudar o livro da minha mãe. Percebi que poderia ter aprendido muito com ela, se tivesse vivido mais, e acho que teria até gostado de praticar medicina alternativa. Passo os dedos com carinho sobre seu nome na capa do livro e acabo sorrindo. Pela primeira vez em anos, sinto saudade da minha mãe.

Meus pais morreram há quase doze anos, é bastante tempo, então não costumo pensar muito neles. Mas desde que voltei à casa que morei quando era criança, tenho pensado neles com mais frequência. Algumas lembranças enterradas há muito tempo estão voltando e me deixando nostálgica. É uma sensação boa, porque eu realmente não me lembrava de como era sentir afeto profundo e saudade dos meus pais.

Acabou que os ensinamentos da minha mãe, contidos nesses livros que peguei na nossa antiga casa, e que ignorei por grande parte da minha vida, estão sendo mais úteis do que eu imaginava. Então... Obrigada, mãe.

Deixo Caleb cuidando da enfermaria para dar uma olhada em Judith. Beth está cuidando dela hoje, mas não quero sobrecarregá-la o dia todo. Encontro as duas no pátio, sentadas em um lençol esticado no chão com alguns brinquedos espalhados.

— Tudo bem por aqui? — pergunto, abaixando-me e acariciando o cabelo da bebê.

Judith solta a boneca, que um dia foi de Sophia, e engatinha até mim apoiando as mãozinhas em meu joelho e fazendo força para levantar.

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