CAPÍTULO 11

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Dia 28 depois do fim

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Dia 28 depois do fim

AURORA

A noite é escura e tudo que nos cerca, tudo que a fogueira não ilumina, é um verdadeiro e assustador breu. A floresta faz ouvir seus ruídos, aos quais nos mantemos atentos, mas sabemos que são apenas as folhas balançando, o vento se esgueirando minuciosamente entre os galhos, os insetos barulhentos... É a natureza se fazendo presente.

Deve ser por volta de oito da noite, mas a maioria do pessoal já se recolheu em suas barracas. Glenn trouxe algumas em sua última ida até Atlanta, e uma grande mochila abarrotada de alimentos. Consideramos mandar um grupo com Glenn da próxima vez, mas ele está irredutível quanto a isso. Glenn sabe se virar e é mais seguro para ele ir sozinho, mas não dá para trazer muita coisa assim. E isso custa mais idas até Atlanta. Com um pequeno grupo poderíamos vasculhar mais lugares e trazer mais suprimentos para o acampamento. Entretanto, a última palavra é do Glenn. É ele quem conhece a cidade, quem sabe exatamente onde procurar suprimentos.

Jim e Jacqui conversam ao redor da fogueira, tão baixo que não consigo ouvi-los. Andrea olha para o fogo como se fosse a coisa mais interessante que já viu em toda a sua vida. Merle está deitado em um tronco aproveitando o calor.

— Boa noite, pessoal — Andrea diz ao se levantar.

Não demora muito para que Jacqui vá para sua barraca e Jim para sua caminhonete. Sobra apenas o irmão mais velho do Daryl e eu.

— Parece que somos apenas você e eu, gracinha — Merle diz sem tirar o braço do rosto. Me pergunto como ele sabe que ainda estou aqui. — Esse seria um ótimo momento pra eu te convidar pra conhecer a barraca do grande Dixon, não é?

Olho para ele com desdém. — Merle Dixon, o homem que não consegue dizer uma frase sem ser um grande cretino.

Ele solta uma risada cínica e senta-se preguiçosamente.

— Vai me contar o final da sua história? — Ele franze a testa. — Sobre a prisão. Você não disse como terminou.

Ele abre um sorriso e balança a cabeça negando.

— Você não vai querer saber.

Isso só serve para me deixar mais curiosa.

— Estou perguntando, não estou?

Merle ergue as sobrancelhas e desvia os olhos para o fogo.

— Eu não consegui soltar as algemas, é claro. Teria sido muito útil se eu tivesse te conhecido antes de ir pra prisão, aí você poderia me contar o lance da algema, e eu teria me dado bem naquilo. — Solta uma risada seca. — Depois que ele me soltou, um bando de caras me deixou todo ferrado. Mas eu não deixei barato.

Seu rosto se transforma em uma expressão severa de satisfação. Sinto um arrepio ruim na nuca.

— Primeiro, paguei uma boa grana pra que os caras que me bateram dessem um jeito no guarda, depois coloquei veneno na comida deles. Dá pra imaginar o que aconteceu, não é? E, então, pude cumprir minha sentença em paz.

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