CAPÍTULO 120

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3 anos após a derrota dos Salvadores

AURORA

— Dixon entrando no perímetro do Santuário — meu marido avisa no rádio.

— Aqui é o posto de vigia 2. Bem-vindo ao Santuário, Dixon — a voz soa depois de um ruído estático.

Daryl coloca o rádio no porta moedas e pousa a mão em minha perna, pouco se importando com a minha sobrancelha levantada.

— Quanto tempo levamos?

Olho meu relógio de pulso antes de respondê-lo.

— Quase duas horas.

Fizemos e refizemos as rotas entre as comunidades muitas vezes nesses anos, procurando pela alternativa mais rápida. Além de nos poupar tempo, um caminho mais curto permite que o mantenhamos seguro. A rota final que traçamos, algumas semanas depois da reconstrução da ponte, é vasculhada por batedores diariamente. Cada comunidade cuida de uma parte do perímetro, e é assim que garantimos uma passagem livre e protegida.

— É metade do tempo que a gente levava — ele diz, sorrindo satisfeito. — Rick tomou a decisão certa sobre a ponte.

— Sim. Se não fosse por isso, ainda estaríamos dando voltas para chegar de um lugar a outro.

Daryl diminui a velocidade ao chegarmos na entrada do Santuário. Os portões se abrem e passamos pelos vigias. Assim que saímos do carro, ele estende a mão para mim. Eu solto um suspiro e coloco meus dedos nos dele. Caminhamos até a entrada principal recebendo o cumprimento dos conhecidos.

Algumas pessoas trabalham na grande e frutífera horta do pátio, outras no galpão onde produzem o bicombustível que abastece as quatro comunidades.

— Olha quem resolveu aparecer! — Merle aparece na entrada da fábrica com seu sorriso cínico. — Quando me avisaram quem estava entrando na minha casa, não acreditei.

— Não seja dramático, nos vimos há menos de um mês — digo, aceitando seu abraço forte.

— Um mês longe de você é tempo demais, gracinha — ele rebate, esmagando os lábios em minha bochecha.

— Como estão as coisas? — Daryl pergunta, trocando um abraço breve com o irmão. — Soube que perderam um coletor semana passada.

Merle faz um gesto para o seguirmos.

— Cometi a estupidez de colocar um novato no grupo de coleta — resmunga. — O cara não soube trabalhar em equipe e acabou infectado.

— Sinto muito por isso.

Nunca estive aqui quando Negan liderava o lugar, mas pelo que dizem era completamente diferente. O térreo é um lugar livre para transitar e todos os dormitórios foram transferidos para as salas dos outros andares. Com todas as perdas na guerra, há espaço o bastante para todos que sobreviveram e as novas adições.

— Kiara está dando aula — Merle diz. — Ela vai nos encontrar quando acabar.

Passamos pelo refeitório e por um bar. Merle olha na direção do lugar sem muita atenção e continua andando, até que dá meia volta com um sorriso.

— Eu vi você, bonequinha.

Maya sai de trás do balcão, onde Laura está bebendo na companhia de um cara que não conheço.

— Oi, papai. — A garotinha dá um sorriso inocente e seus olhos se arregalam ao ver Daryl e eu. — Tia Lola, tio Delu!

Ela vem correndo até nós. Eu a pego no colo e encho suas bochechas de beijos. Maya é uma garotinha miúda, com olhos pequenos. Ela sempre usa chiquinhas em seus cabelos tão escuros quanto os da mãe.

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