CAPÍTULO 22

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Dia 42 depois do fim

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Dia 42 depois do fim

AURORA

Abraço Rick com força. — Tenta não morrer, de novo.

— Deixa comigo.

— E boa sorte, você vai precisar.

Me afasto um passo, enfio as mãos nos bolsos traseiros do jeans e olho para o caminhão. Mordo interior da bochecha, aqueles olhos azuis estão focados em mim, e mesmo de longe consigo sentir o calor irritante que insiste em se espalhar pelo meu estômago.

— Vou fazer o melhor que eu puder para trazer seu namorado e o irmão dele de volta — Rick diz, apertando meu ombro.

— Ele não é meu namorado.

— Peguete, ficante, sei lá.

— Nada disso. O Dixon é só um conhecido.

Rick levanta uma sobrancelha, prestes a dar uma de espertinho.

— Por isso você apontou uma arma pro Shane?

— Eu teria feito por qualquer um. É uma questão de humanidade — pelo menos, é do que estou tentando me convencer.

— Sim, claro. — Seu olhar divertido deixa claro sua descrença.

Eu o ignoro.

— Só volta vivo, por favor.

— Sim, senhora.

Depois das despedidas sobre o olhar impaciente de Daryl, os quatro homens partem para Atlanta. Desejo com força que todos fiquem bem e que o Merle seja encontrado, de preferência vivo e inteiro.

A tarde se arrasta, e o clima tenso não ajuda em nada. A preocupação do grupo é quase palpável, como uma nuvem pesada pairando sob as nossas cabeças. O jeito é se distrair e ocupar o tempo cuidando das tarefas do acampamento.

Esfrego uma blusa minha com os pés na água enquanto escuto Andrea falar sobre como é machista e injusto que em pleno fim do mundo as mulheres tenham que cuidar das tarefas domésticas enquanto os homens só andam por aí armados com a pose de donos do mundo e protetores dos mais fracos. Ela está certa.

Shane e os outros homens sequer nos perguntaram se estamos dispostas a assumir postos de vigia ou ronda, supuseram que estamos mais confortáveis levando roupa e cozinha, enquanto protegem o acampamento. Parece que até no fim do mundo eles precisam bancar os machos alfas.

— Sinto falta do trabalho — comento, depois de rir com as meninas da fala da Carol.

Também sinto falta dos meus vibradores, não lembrei de colocar algum na mala quando sai de Boston. Uma pena, seria bem útil para aliviar o estresse desses dias.

— Do trabalho? Sério? — Andrea pergunta. — Você era do tipo que enfia a cara no trabalho e foca toda sua vida nisso? — Ela me olha enquanto torce uma peça. — Não estou julgando, eu fazia o mesmo.

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