CAPÍTULO 114

1.4K 198 119
                                    

NOTA IMPORTANTE NO FINAL DA PÁGINA!

NOTA IMPORTANTE NO FINAL DA PÁGINA!

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Dia 819 depois do fim

DARYL

A sensação de estar lá, naquela cela imunda, com aquela música... Eu ainda sinto. Mesmo depois do banho e dos ferimentos tratados, está impregnado em mim. O fedor, a repulsa, a sensação nauseante de estar sufocando. Está tudo aqui.

— Você está bem agora — Maggie diz, afagando minha mão ao colocar uma tigela com caldo em minha frente.

Vivo, talvez. Bem? Eu não chegaria a tanto.

Empurro o caldo para dentro contra minha vontade. Maggie está de olho em mim desde que cheguei e não quero que se preocupe.

— Aurora esteve aqui ontem.

Levanto a cabeça depressa e empurro um pedaço do cabelo que caía no meu olho.

— Como ela está?

— Bem, considerando tudo. — Maggie se senta no sofá com as pernas dobradas, apoiando as mãos nos joelhos. — Com saudades de você.

Encaro o restante do caldo, sentindo o estômago revirar.

Negan foi até Alexandria hoje mais cedo, foi durante a saída dele que consegui fugir. Não fazer ideia do que está acontecendo lá está acabando com o que restou da minha sanidade.

Carl invadiu o Santuário e Negan foi levá-lo de volta. Ele pode ter machucado o garoto ou o usado para ameaçar Aurora e os outros. E eu sei que Aurora faria qualquer coisa para salvar o sobrinho, até mesmo aceitar um acordo com Negan.

Isso está me matando.

E o pior é saber que não posso ir para Alexandria. Se algum Salvador me encontrar lá, Negan pode matar alguém para me punir. E depois de tudo que ele fez, depois de como vi que lidera o Santuário, não posso arriscar.

Vou me manter escondido até que minha fuga não signifique um risco para os outros. Eles já devem saber que fugi, mas não sabem para onde fui.

"A música parou. A música nunca para, nem por um minuto. Ela se repete, uma vez após a outra. Consigo senti-la no fundo da minha cabeça. Ela se arrasta pelas minhas veias e impregna no meu sangue. Ela me enoja, me faz vomitar. A música é uma tortura e ela nunca para. Mas parou agora.

Solto o ar aliviado, mas ainda fico esperando que volte a tocar. Devem estar brincando comigo.

Eu me encolho mais no canto da parede úmida quando escuto os passos pesados e próximos. O assobio despreocupado faz os pelos da minha nuca eriçarem, e o horror daquela noite me atinge com força.

Emboscada. Abraham morto. Edwin sendo golpeado na cabeça por um taco até não sobrar nada mais que os pedaços ensanguentados. Minha culpa.

A porta se abre. A claridade me faz fechar os olhos com força.

Save MeOnde histórias criam vida. Descubra agora