DARYL DIXON | +18
Depois de saber do "acidente" que deixou seu cunhado em coma, Aurora Fisher retorna à sua cidade natal para dar apoio a irmã e ao sobrinho. Sua estadia não dura muito, já que alguns dias depois os mortos passam a assombrar a terra...
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Dia 558 depois do fim
AURORA
Hoje faz oito meses que chegamos na prisão. É quase a idade da Judith. Também é quase o mesmo tempo que se passou desde que Lori morreu. Oito meses pode ser considerado muito tempo, ou pouco, depende ao que vai comparar. Para superar uma perda, por exemplo, oito meses é pouco tempo.
Sinto que as coisas finalmente estão se encaixando. Nada será como antes, mas encontraremos um novo normal.
A prisão começa a parecer uma comunidade de verdade. Temos regras, tarefas divididas e intercaladas, segurança e comida. A cada dia passa a ser mais familiar acordar e ver tantos rostos, tanta vida e movimento.
Em algumas das buscas que o grupo fez, encontraram pessoas e trouxeram para cá. Rick criou três perguntas padrão:
Quantos caminhantes matou?
Quantas pessoas matou?
E por quê?
A primeira pergunta pode parecer boba, mas é necessária. Se a pessoa disser que nunca matou um walker, por exemplo, já sabemos que é inexperiente. Se matou um grande número, sabemos que pode se cuidar. E as outras duas são muito importantes também.
Seguro Judith em minha cintura, sentindo meu braço reclamar. O que posso fazer se minha filha não quer ninguém além de mim? Beth afirma, enciumada, que é porque sou sua fonte de alimento, mas a verdade é que sou a pessoa favorita da Judi. E quem disser o oposto está errado.
— Você está ficando pesadinha. Daqui a pouco não vou aguentar te segurar por muito tempo.
Ela resmunga e bate a mão em meu peito, exigindo seu pão de cada dia. Abaixo a alça da regata, expondo meu seio. Ela o abocanha, faminta. Nem parece que foi alimentada há poucas horas. Ajeito-a em meu colo, de modo que fique meio deitada, e me inclino para beijar sua bochecha. Ela mama enquanto mantém a mãozinha em meu seio e os olhinhos castanhos concentrados em meu rosto.
— Ei! — Rick acena, sorrindo. Caminho até ele, agradecendo pelo sol não estar muito quente.
— Como vai a plantação, senhor agricultor? — pergunto, dando uma olhada em nossa horta.
Rick e Hershel são os responsáveis e estão fazendo muito progresso. Boa parte das nossas refeições é resultado do que eles plantam. Isso nos deixa mais tranquilos em relação à falta de alimento, mas ainda fazemos buscas e estocamos enlatados para quando o próximo inverno chegar.
— Está ótima. Hershel plantou pepinos.
Ao escutar a voz do pai, Judith abandona meu peito e vira a cabeça para ele. Abre um sorrisinho fofo e volta a mamar. Rick acaricia o cabelo ralo e loiro dela, olhando-a com carinho.
Os meses fizeram bem para ele. Rick está mais tranquilo agora. Acho que tomou a decisão certa em renunciar a posição de líder. Ele precisava desse descanso. Está mais focado nos filhos agora, se preocupando em passar tempo com eles e desempenhando seu papel de pai. Nós também estamos mais próximos. Cuidar das crianças e desenvolver o papel paterno na vida delas nos uniu novamente. Aqueles meses na estrada e todas as coisas que passamos não nos deram muito espaço para sermos amigos e irmãos como antes, mas agora temos isso outra vez. Eu só queria que Lori estivesse aqui, assim poderia ter as duas pessoas que tanto amo em minha vida.
