DARYL DIXON | +18
Depois de saber do "acidente" que deixou seu cunhado em coma, Aurora Fisher retorna à sua cidade natal para dar apoio a irmã e ao sobrinho. Sua estadia não dura muito, já que alguns dias depois os mortos passam a assombrar a terra...
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Dia 22 depois do fim
Antes que o corpo da enfermeira se esborrachasse no chão, Daryl a segurou. Proferiu um palavrão antes de passar um braço por suas costas e outro atrás dos joelhos. Ele a ajeitou em seu colo, pensando que ela pesava mais do que parecia, e alcançou o trio que caminhava mais adiante.
Lori se alarmou ao ver sua irmã desacordada nos baços do homem.
— O que aconteceu?
— Ela desmaiou — Daryl respondeu e conteve o desejo de acrescentar "não está vendo?".
Shane enfiou a arma na calça e se aproximou na intenção de tomar Aurora em seus braços. Daryl o ignorou e continuou a caminhar.
— Eu posso levá-la. — Ele se adiantou na frente no pequeno grupo, mantendo suas passadas suaves para não sacolejar a mulher. Shane não escondeu seu desagrado.
Assim que chegaram ao acampamento, todos ficaram alarmados ao ver Aurora desacordada, mas logo foi esclarecido que ela estava bem e era apenas um desmaio causado pelo estresse.
Daryl a colocou deitada onde foi indicado, na cama do trailer de Dale, e a olhou por alguns segundos antes de sair e se afastar para sua barraca.
O caçador ainda sentia o calor do corpo feminino contra o dele e lembrava de sua voz baixa e falha avisando que iria desmaiar. Ainda podia sentir a mão quente apertando seu braço com força, as unhas machucando sua pele.
Por que diabos estou pensando nessa mulher?
Passou os dedos nos cabelos curtos, não conseguindo evitar o pensamento que lhe invadiu a mente, uma lembrança clara daquela madrugada, quando pegou Aurora observando-o. O que não saía da cabeça dele era aquela frase que ela disse sobre seu traseiro, que ofereceu tão descaradamente. É claro que ela não havia falado sério, talvez nem fosse sua intenção dizer aquilo, mas que ficou gravado na cabeça do homem... Ah, se ficou!
— O que você tem, irmãozinho? — Merle levantou sua faca contra a luz depois de amolá-la com esmero e olhou para o irmão em seguida.
— Nada.
— Já sei o que é! — O safado riu. — Tá doidinho pela dondoca, não é?
— Saí do meu pé, cara.
— Darlynda tá de quatro pela enfermeira arisca — ele cantarolou, adorando ver o nervosismo do irmão.
— Pro inferno, Merle!
Daryl agarrou sua besta e se enfiou na floresta, sua segunda casa. Os pés davam passos firmes e confiantes, os ouvidos estavam atentos a todo e mínimo ruído e a besta sempre pronta para ser usada, uma flecha engatilhada. Sempre que via um morto, Daryl metia uma flechada em sua testa. Não arriscaria deixar um passar para depois ser atacado por ele.
