1 dia antes do fim
AURORA
— Viu a merda que está acontecendo, Aurora? — Shane adentra o quarto logo após Lori e Carl, o rosto carregado de preocupação.
— Olha a boca! — Minha irmã olha feio para ele.
O policial faz uma careta pela repreensão. Carl vai para a cama do pai, começando uma conversa baixa que fingimos não ouvir. A tristeza no olhar do meu sobrinho me despedaça.
— Está em todos os canais — aponto para a televisão.
Sentamos no sofá do quarto para ver a reportagem. A repórter fala sobre uma série de ataques violentos que vêm acontecendo em vários estados do país. É como um surto, a pessoa assume uma personalidade irracional e ataca outras, principalmente com mordidas. Um ataque ao vivo está sendo transmitido, é uma mulher coberta de sangue que anda de um jeito esquisito, ela se aproxima de um rapaz e se lança sobre ele, mordendo o ombro e arrancando um pedaço de pele. Uma cena horrível.
Percebo que Carl prestava atenção na tela e rapidamente desligo.
— Você vai à escola? — pergunto. Ele assente, mas continua encarando a tela escura. Me viro para Lori com a testa franzida. — Não é melhor ele ficar com a gente?
— Eu também acho que seria melhor — Shane diz. — Está tudo muito esquisito depois desse surto.
Lori decide que Carl não vai à escola, ela também está preocupada.
— Carl. — Me aproximo da cama. — Tive uma ideia legal e acho que você vai gostar.
Ele me olha interessado.
— O que é?
— Que tal se você fizer um desenho todos os dias e escrever alguma coisa para o seu pai? Aposto que quando ele acordar, vai adorar.
Me odeio por alimentar sua esperança, mas não quero ver meu sobrinho tão triste o tempo todo.
— Tipo um diário?
— Sim, querido.
Carl fica animado e abre a mochila para pegar os materiais. Peço que Shane o ajude a desenhar algo legal e sinalizo para que Lori me siga para fora do quarto.
— O que aconteceu? — pergunta, preocupada. — Rick piorou?
— Não, Lori, Rick está na mesma ainda. — Esfrego meus braços, decidindo o melhor jeito de falar com ela. — Eu queria conversar sobre o Carl. O que você acha de marcar uma consulta com um psicólogo infantil?
Minha irmã me olha, parecendo perdida.
— Por que está perguntando isso? Carl está bem!
— Ele parece bem, mas está sofrendo. E ele é muito pequeno pra reprimir o que sente.
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Save Me
FanfictionDARYL DIXON | +18 Depois de saber do "acidente" que deixou seu cunhado em coma, Aurora Fisher retorna à sua cidade natal para dar apoio a irmã e ao sobrinho. Sua estadia não dura muito, já que alguns dias depois os mortos passam a assombrar a terra...