CAPÍTULO 10

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Dia 23 depois do fim

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Dia 23 depois do fim

AURORA

É noite. A floresta está mergulhada em uma escuridão assustadora, enquanto a única iluminação vem dos restos da fogueira, o bastante para saber o que se passa no acampamento. Todos já estão em seus carros ou barracas, alguns adormecidos, outros esperando o sono chegar.

Deitada no banco de trás do meu carro, leio um livro sob a luz da cabine. Cansada da leitura, marco a página e fecho o livro, deixando-o em cima de uma das minhas malas.

Puxo a coberta fina para cima e afundo o corpo no travesseiro. Fecho os olhos e espero o sono chegar, mas estou inquieta demais, tanto que não consigo ficar parada na mesma posição.

Quando me dou conta, meus pensamentos estão naquele banheiro outra vez, com Daryl tão perto, sua respiração em meu rosto, seu corpo grande e viril entre minhas coxas. Prendo o lábio entre os dentes ao me lembrar da sensação quente, da fricção quando colou seu quadril no meu.

Esse homem vai foder com a minha cabeça.

Não penso muito e enfio a mão entre as pernas, sentindo meu calor íntimo. Ignoro toda minha sensatez ao mergulhar os dedos entre os lábios úmidos.

Se alguém vai me foder aqui, serei eu. Nenhum homem vai me tirar a sanidade, posso muito bem me satisfazer sozinha.

Com a outra mão, dou atenção aos meus seios por baixo do vestido, enquanto a que está na minha calcinha não para de se mover bem devagar.

Mordo o lábio com mais afinco quando ele vem a minha mente, a necessidade de seus toques me faz fechar os olhos com força, desejando ser tocada por mãos que não são as minhas.

— Que se dane — resmungo, deixando que aquele homem invada minha cabeça.

Estou há tanto tempo sem ter um orgasmo, que não demora muito para sentir o pico da excitação se aproximando.

Abro os olhos e sinto meu corpo congelar ao ver, pela merda do vidro que esqueci aberto, o maldito homem encostado em uma árvore, perto da sua barraca, com os olhos focados em minha direção, enquanto um cigarro esquecido queima entre seus dedos.

Será que consegue me ver? Mas é claro que sim, já que está olhando diretamente para mim.

Penso em parar, fingir que não estava fazendo nada, mas o calor que sinto entre minhas pernas é mais forte que eu e a vergonha que eu deveria ter na cara.

Movimento os dedos mais rápido, um tanto irritada com todo desejo que esse homem me fez sentir com tão pouco contato, e pressiono a mão livre em meus lábios quando todo meu corpo estremece, para depois se acalmar.

Solto a respiração pesadamente, esperando que as batidas do meu coração se acalmem, e volto a olhar para fora.

Daryl ainda está lá e parece mergulhado em algum êxtase que desconheço. Ele solta um praguejar e joga o cigarro no chão, pisando em cima. Acho que ficou tão distraído, que acabou queimando os dedos.

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