CAPÍTULO 75

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Dia 331 depois do fim

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Dia 331 depois do fim

AURORA

A blusa rosa de alcinhas é justa e destaca minha barriga. Não é nenhum volume assustador, mas é notável.

Daryl caminha ao meu lado em silêncio. Acho que ainda está processando a informação. Consigo sentir a tensão vinda dele. Está preocupado, mesmo que tente sorrir quando o olho.

Uma gravidez na nossa situação atual é arriscado. Sabemos disso. Lori é uma lembrança fresca e recente. Estou apavorada, mas tento não pensar nisso. Imagino que Daryl se sinta da mesma forma.

Eu não quero morrer. Quero viver, ver meus filhos crescerem, talvez presenciar o recomeço da sociedade. Quero estar aqui e ter todos os momentos com as pessoas que eu amo. Mas se eu tiver que morrer para dar à luz a esse bebê, é o que vai acontecer. Isso é real. Estou grávida e tudo pode acontecer.

Acho que tenho mais medo de não conseguir manter meus filhos seguros do que de morrer no parto. Eu não suportaria ver algum dos meus bebês morrerem. E isso inclui Carl e Sophia

Contar ao Daryl sobre a gravidez tornou ainda mais real. Esse bebê que fizemos está crescendo em mim e estou mais ciente disso. Contar ao grupo será como firmar meus pés na realidade, e eu sei que depois disso não tenho para onde correr.

Estou um pouco desconfortável, confesso. Apesar de ninguém expressar em palavras, eu sei que a gravidez de Lori foi vista, em parte, como um fardo. Todas as decisões que tomamos ao longo dos meses rondavam em torno do bebê que logo chegaria, do que seria melhor para a gestante. Estou com medo de que me vejam como uma pedra no sapato, algo que eles têm que carregar, um peso.

Estou ciente da nossa falta de responsabilidade e do quanto uma gravidez não seria o ideal no momento, principalmente porque estamos no meio de um grande problema. Não posso exigir que fiquem felizes com a notícia, nem animados ou minimamente alegres, mas espero que ao menos não digam nada negativo. Não quero me sentir mais desconfortável e preocupada do que já estou.

— Rora? — Daryl me chama.

Ele segura minha mão, me fazendo virar para ele. Estamos quase na porta do refeitório.

— Não se preocupe, ok? — Toca meu cabelo, trazendo minha longa franja para trás orelha. — Estou com você, eu prometo.

Isso é exatamente o que eu precisava ouvir.

Eu sempre soube que Daryl seria uma pessoa com quem eu poderia contar. Desde que ele me ajudou no primeiro dia de acampamento, mesmo sendo todo grosseiro. Ele me ajudou, me protegeu, ele foi bom para mim. Com o tempo, ele mostrou o quanto era leal e digno de confiança, e agora eu entregaria minha vida nas mãos dele sem hesitar. Daryl é meu porto seguro.

Quando estou com medo, olho para ele e encontro coragem. Quando estou receosa, seguro sua mão e sinto confiança. Quando preciso de conforto, o encontro em seus braços.

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