CAPÍTULO 83

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Dia 378 depois do fim

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Dia 378 depois do fim

DARYL

É madrugada, passa das duas horas.

Pisco os olhos, tentando me manter acordado pelos próximos minutos. Logo Merle vai aparecer para o turno dele na torre, e eu vou poder ir para minha cela dormir agarrado com a Aurora.

O objeto em meu bolso parece feito de chumbo e não de ouro e esmeralda. Me lembro o tempo todo de que há um anel aqui, um anel que pretendo colocar no dedo de Aurora o mais breve possível.

Santo Deus. Eu vou mesmo fazer isso?

Nunca imaginei, em nenhum universo, que estaria ansioso para me casar. Ou, como meu irmão diria, para me amarrar pelo resto da minha vida. Estou nervoso. Não sei como fazer isso. A única coisa que sei, é que quero Aurora para mim, definitivamente. Como minha mulher, de verdade.

Acho que nunca serei completamente digno de Aurora Fisher, mas sou egoísta o bastante para querê-la mesmo assim. Ela já é minha, mas preciso de algo concreto. Quero que todos saibam que ela é minha mulher, que sou seu marido e não só o namorado.

Jesus... O que você fez comigo, Aurora?

Gosto do homem que me tornei, que sou com Aurora. Gosto mais de mim agora do que de quem eu era há um ano. Não sinto mais tanta raiva de tudo e todos, e até gosto de algumas pessoas. Mas amo Aurora, ela tem todos os meus sentimentos bons.

Estou cagado de medo, essa é a verdade. Não quero estragar tudo. Tenho algo bom pela primeira vez na vida. Sinto que essa é a minha chance e seria terrível se eu a deixasse escapar entre meus dedos.

— Ei — Merle diz, subindo os últimos degraus da escada. — Dormindo em pé, maninho?

Solto um bocejo.

— Estou quebrado.

Ele encosta na barra de proteção, tira um maço do bolso e um isqueiro. Me oferece um cigarro, mas eu nego.

— Ah, sim — ele murmura, cobrindo a ponta para acender. — Faz mal para o bebê, não é?

— Parei — eu digo, simplesmente.

Meu irmão franze a testa.

— Desde quando?

— Alguns meses.

— Pela gracinha?

Balanço os ombros.

— Acho que sim. Ela meio que me desafiou.

Não voltei a colocar um cigarro na boca depois daquele dia, muitas semanas atrás, quando eu disse a Aurora que não era viciado. Não sei se ela percebeu, mas não voltei a fumar. Foi difícil e quase desisti algumas vezes, mas consegui.

Merle solta um riso baixo, fumaça escapando de sua boca.

— Vou indo.

Ele assente e dá uma longa tragada.

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