DARYL DIXON | +18
Depois de saber do "acidente" que deixou seu cunhado em coma, Aurora Fisher retorna à sua cidade natal para dar apoio a irmã e ao sobrinho. Sua estadia não dura muito, já que alguns dias depois os mortos passam a assombrar a terra...
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Dia 31 depois do fim
AURORA
Não dormi muito bem durante a noite, estava muito ansiosa com a ida até Atlanta. Já é dia, os primeiros raios de sol se espreitam entre as árvores, trazendo vida e tornando a escuridão da noite uma lembrança esquecida.
Aperto o rabo de cavalo e avalio meu corpo para ver se tem alguma parte exposta. Estou vestindo calças jeans, blusa de mangas compridas e jaqueta grossa. Minhas mãos estão protegidas por luvas de couro e os meus pés por botinhas de cano baixo. A única parte exposta é o meu rosto.
Saio do carro batendo a porta e caminho até onde Shane e Glenn estão.
— Podemos ir?
— Ele vai com a gente. — Glenn aponta com o queixo.
— Só até a entrada da cidade, vou ficar no carro esperando vocês voltarem — Shane explica. — E se não retornarem até o anoitecer, vou procurar vocês.
— A gente não precisa de babá — Glenn resmunga.
— Tudo bem. — Aceno com a cabeça para Shane, e ele parece aliviado por não ter que discutir comigo.
Não ligo se Shane for conosco, até me sinto mais segura. Shane é policial, um homem treinado e inteligente. Seria até melhor se ele entrasse na cidade conosco, mas entendo a recusa de Glenn. Quanto mais gente, mais riscos corremos.
— Seu revólver está carregado, Aurora?
Confirmo com a cabeça.
— Aqui, fique com isso — Ele me entrega um punhal de cabo preto com uma lâmina longa e estreita. — É melhor não disparar armas na cidade, use isso. O alcance é melhor que o da faca.
Seguro no cabo emborrachado e sinto o peso da ferramenta. Está tão afiada que preciso ser cuidadosa para não me machucar.
— Isso é para nos comunicarmos, estarei no canal 6. — Shane me entrega um rádio. — Vou chamar vocês a cada hora pra saber como estão as coisas. Se precisarem de ajuda, não hesitem em me chamar.
Glenn acena com impaciência.
— Certo. Podemos ir?
— Sim.
Deixamos o acampamento adormecido para trás. Ontem pedi que Lori não se despedisse, para que Carl não ficasse preocupado, mas prometi que voltaria bem. Só espero cumprir essa promessa.
Shane dirige pelas estradas desniveladas de terra e logo estamos na rodovia. Eu não subi aqui depois da noite em que fomos para a pedreira. Parece um cenário de filme de terror. A rodovia está silenciosa, carros abandonados parados em todo canto, corpos apodrecendo no asfalto escuro, sangue seco, alguns mortos solitários vagando entre os carros. O ar parece tomado pela podridão e tenho que cobrir o nariz com a mão para não vomitar.