CAPÍTULO 23

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Dia 43 depois do fim

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Dia 43 depois do fim

AURORA

Perdemos algumas pessoas que estavam conosco. Gente que eu não conhecia muito bem, mas que não merecia esse fim. Ed, o marido da Carol, também morreu. Ele, que Deus me perdoe, não fará falta alguma na terra.

— Aurora! — Lori corre em minha direção e me envolve em um abraço apertado. — Ouvi você gritar e fiquei com tanto medo. Não consegui te ver no meio da confusão. Achei que tivesse... — Ela soluça, as lágrimas meu pescoço.

Passo as mãos em suas costas para confortá-la.

— Estou bem. Está tudo bem agora.

Ela se afasta e beija meu rosto. — Graças a Deus.

Vejo Andreia abraçar Amy.

— Obrigada por proteger minha irmã — ela diz.

— A gente se protege, não é? — Sorrio para Amy.

— Sempre.

Aceno para Rick que acalenta um Carl assustado e ele força um sorriso.

Onde está o babaca do Dixon? Meus olhos varrem todo o acampamento até encontrá-lo.

Daryl está esmagando a cabeça de um morto com o cabo de uma espingarda. Quero caminhar até ele, abraçá-lo e suspirar aliviada, mas não faço. Apenas agradeço mentalmente por ele estar bem. Como sempre, ele sabe que está sendo observado e ergue o olhar.

Não desvio os olhos. Continuo o encarando e ele faz o mesmo. E então, está vindo em minha direção, meio acanhado e receoso, mas está vindo. Vem daquele jeitinho malandro, todo sujo e suado, e que me deixa absurdamente sem jeito. Ele para a uma distância respeitosa demais.

— Você se virou bem.

— Eu disse que sei me cuidar.

Daryl balança a cabeça, as fendas de seus olhos se estreitando.

— É, você disse mesmo.

— Onde está o safado do Merle?

— Não encontramos ele — murmura. — Nosso caminhão sumiu, então achamos que ele tivesse vindo para o acampamento buscar vingança.

— Bom, por aqui ele não apareceu.

— Então deve estar morto — diz.

Daryl tenta bancar o durão. Ele coloca a máscara da indiferença e até encena direitinho, mas seus olhos não seguem o teatro. Essas duas bolas azuis me dizem exatamente o que ele está sentindo, e nesse momento Daryl está triste e com medo.

Com medo de que Merle esteja realmente morto. Medo de que nunca mais vá encontrar a única família que lhe restou.

— Aquele filho da mãe insuportável? — Solto uma risada descrente. — Pelo amor de Deus, Daryl! Acha mesmo que o Merle se deu mau?

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