CAPÍTULO 65

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Dia 314 depois do fim

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Dia 314 depois do fim

AURORA

Estamos, definitivamente, na merda.

Aquele bando demorou muito para liberar a rodovia, e quando finalmente se dispersou, saímos praticamente correndo daquele lado do estado. Não havia mais nada lá.

As últimas semanas têm sido muito difíceis. Estamos pulando de casa em casa, pois este lado do estado parece ter mais mortos. Sempre que começamos a nos estabilizar, um bando aparece.

Com o final da gestação de Lori, os ânimos estão exaltados. Ela pode dar à luz a qualquer momento e não temos ao menos um local seguro para fazer o parto.

Minha cabeça está tão cheia que tudo que desejo é dormir por uma semana inteira sem ter que me preocupar com nada.

— Sabe, isso é muito injusto — Amy comenta com as mãos no volante do jipe. Olho confusa para ela. — Seu cabelo não vê um xampu há semanas e mesmo assim continua bonito. Como faz isso?

Tenho uma boa teoria.

— Não sei. Ele é assim mesmo.

— Algum produtinho especial, Aurora? — Ela mexe as sobrancelhas sugestivamente, como a boa safada que é.

Edwin solta uma gargalhada.

— Você não presta, meu bem.

— E a sua pele está ótima, Amy, devo perguntar?

— Ah, o de sempre — ela fala, descarada.

A risada de Edwin preenche o carro outra vez.

— Vocês me fazem tão feliz com essas conversas — ele diz, ainda rindo.

Apesar do momento crítico que estamos vivendo, meus companheiros de viagem tornam meus dias bem mais leves. Eles me tiram os melhores sorrisos e as risadas mais verdadeiras.

— Se importam se eu abrir o vidro? — pergunto, massageando meu abdômen. Essas viagens de carro tem se tornado cada vez mais desagradáveis.

A brisa gelada invade minhas narinas, aliviando um pouco o mal-estar.

Acabamos de sair de uma casa onde não ficamos nem uma hora. Logo os mortos chegaram e, com a falta de comida, estamos tentando poupar nossas energias, então preferimos sair ao invés de ficar e eliminar o bando.

Tudo que precisamos agora é achar um lugar onde possamos passar algum tempo, pelo menos até meu sobrinho nascer.

Mas se achássemos algo permanente, seria ótimo. Principalmente agora. Não podemos mais vagar por aí.

— Aurora? — A voz de Amy me chama, parecendo longe e abafada.

Espera, eu dormi?

— Acorda, preguiçosa. — Ela acaricia meu rosto. — Você dormiu por umas doze horas antes de chegar naquela casa, como ainda pode estar com sono?

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