CAPÍTULO 76

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Dia 334 depois do fim

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Dia 334 depois do fim

AURORA

Nunca vi Rick ser tão hostil com uma mulher. Já o vi brigar com homens, gritar, ameaçar, mas com mulheres ele nunca agiu assim. Entendo que ele esteja desconfiado e muito perturbado com essa nova ameaça que o Governador e Woodbury se tornaram, no entanto, vê-lo tratar Andréia daquela forma me incomodou muito. Acho que estou acostumada com a imagem que sempre tive dele, como o homem gentil que ele sempre foi. Acontece que estamos vivendo novos tempos e talvez a gentileza não tenha tanto lugar aqui.

Depois de ser revistada por Rick, os olhos de Andrea bateram em Amy. Amy entregou sua arma para Jenner e correu desesperadamente para a irmã, que a recebeu de braços abertos. Observei com um sorriso o reencontro. Fiquei tão feliz por Andrea estar viva e por Amy ter sua irmã novamente.

Foi inevitável lembrar de Lori. Uma lágrima solitária escorreu pelo meu rosto, mas eu a enxuguei no mesmo momento. Meu coração ainda dói e não parece que vai simplesmente parar de doer em algum momento.

— Você está mesmo aqui, Andy. — Amy olha para sua irmã com um largo sorriso.

Estamos no refeitório, conversando depois de tudo.

— Estou tão aliviada. — Andrea acaricia a bochecha dela. — Durante esses meses eu pensava em todas as coisas que poderiam ter acontecido com você, foi horrível.

— Foi horrível pra mim também. Todos os dias eu pensava em você, se estava viva, se estava bem... — a voz de Amy falha.

Andrea a abraça e beija o cabelo dela.

— Não chore, Amy.

Judith resmunga em meus braços, mas não abre os olhos.

— Então... Como passou esses meses? Michonne não nos contou quase nada, só que estiveram juntas — eu digo.

— Bom, estivemos em vários lugares. Eu fiquei doente a maior parte do tempo, o inverno me pegou de jeito. Ficamos nos mudando de lugar para lugar, procurando um local seco para dormir, ou remédios... Foi difícil.

Balanço a cabeça em compreensão. O inverno foi difícil para nós também.

— E vocês?

— A mesma coisa. Nunca ficamos mais que algumas semanas em um só lugar, até encontrarmos a prisão — Amy conta.

— É o melhor que temos desde a fazenda.

Ela olha em volta, franzindo o rosto.

— É meio deprimente. Me dá arrepios.

Amy lança um meio sorriso para a irmã.

— Temos cercas, portões resistentes, água e muito espaço. É seguro para todos nós, principalmente para as crianças e os bebês.

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