CAPÍTULO 07

13.7K 1.4K 578
                                    

Dia 16 depois do fim

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Dia 16 depois do fim

AURORA

Estamos nesse acampamento há tempo demais. Depois do quarto dia, as notícias pararam de chegar pelo rádio. As redes de internet, os dados de celular, as linhas... Tudo parou de funcionar. É como se o mundo tivesse declarado game over nessa guerra.

Quando as notícias ainda chegavam pelo rádio, vozes nos atualizavam sobre o estado caótico do nosso país.

"Atlanta foi bombardeada. Washington sucumbiu. Ohio não suportou. Alabama foi tomado. Virgínia não é mais um lugar seguro..."

Gradualmente, todo o país foi sucumbindo e a menção de lugares seguros era cada vez mais rara. Até que a voz no rádio simplesmente parou. Tentamos contato muitas vezes e não deu em nada. Nas poucas vezes que ouvimos algo, era nada mais que um chiado cheio de interrupções.

Shane e outros homens do acampamento subiram até a rodovia algumas vezes para ver como estava a situação, e a única coisa que encontraram foi a podridão no ar e os doentes vagando entre os carros. Não havia mais seres humanos ali, nem gritos ou desespero. Apenas a morte.

E mortos. Mortos que andam. Mortos que vagam. O terror dos vivos.

A loucura dos primeiros dias já estava se dissipando, deixando para trás somente o medo e a incerteza. Não sabíamos o que aconteceria a seguir, se ainda estaríamos vivos no dia seguinte.

A verdade é que sempre acreditamos que isso acabaria de outra forma. Achamos que o governo ainda estava de pé, que a ajuda chegaria para os que resistissem, que a gente só precisava aguardar. Essa nossa esperança se esvaiu conforme a voz no rádio avisava os estados que sucumbiam, cada novo nome na lista era um tantinho da nossa esperança sendo pisoteada.

O melhor que fizemos foi entender que a ajuda não estava a caminho e o exército não estava por aí resgatando pessoas. É cada um por si.

O que nos resta é a sobrevivência.

Tivemos que montar um sistema para que as coisas não saíssem do controle. Distribuímos as tarefas e isso mantém todos ocupados. Cada um faz sua parte e nós resistimos como um grupo.

— Bom dia, Dale! — Coloco a mão no rosto, avistando o velho homem em cima de seu trailer, fazendo sua vigília.

— Bom dia, menina! — Ela acena para mim. — Caiu da cama hoje?

— Que cama? — Ele ri do meu desânimo. — Tenha um bom dia, Dale.

— Você também, Aurora.

Minha tarefa é, na maioria das vezes, ajudar Jacqui a racionar os alimentos e dividir as porções.

— Bom dia — Jacqui resmunga em seu mau-humor matinal.

Ela já mexe nas coisas na cozinha improvisada, que é basicamente uma tenda feita com a lona da caminhonete dos Dixon.

Save MeOnde histórias criam vida. Descubra agora