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São Paulo| Brasil
3 de Abril.

Eu acordei com a Bruna me balançando suavemente, sua voz ecoando no quarto, dizendo que era hora de levantarmos e tomar café. Por um momento, me senti desorientada, quase esquecendo que estava na minha própria casa.

Ainda meio desnorteada, devido ao sono que ainda me dominava pela noite mal dormida, me arrastei até o banheiro. Lá, escovei meus dentes e lavei o rosto, deixando o resto dos cuidados pessoais para depois, consciente de que em breve precisaria me arrumar para o evento.

Quando cheguei à cozinha, procurei por minha mãe, mas não a encontrei. Bruna comentou que ela tinha passado lá mais cedo, e aproveitou para informá-la sobre minha participação no evento.

— Ela ficou tão contente. — Bruna sorriu enquanto preparava o café na cafeteira, seu entusiasmo nítido. — Sua mãe ama quando você se envolve com o trabalho dela.

— E eu estou morrendo de sono. Será que não posso dormir mais um pouco? — perguntei, soltando um bocejo involuntário.

— Não. Você sabe que horas são? Já são quase meio dia, Clara. — Bruna riu, balançando a cabeça com uma mistura de divertimento e reprovação. — Eu acordei às nove, mas esperei você acordar sozinha. Como não acordou, tive que te chamar.

— Fiquei pensando em coisas aleatórias ontem e acabei dormindo tarde. — expliquei, esfregando os olhos para dissipar o sono. — E a que horas é o evento?

— Duas. — ela informou, com uma ponta de impaciência em sua voz. — Então, vá se arrumar logo. Não quero me atrasar por sua causa. E sua mãe mandou entregar isso aqui. — Ela me entregou um pacote, despertando minha curiosidade.

— E o que seria?

— A camisa do Palmeiras, oras. — Bruna apontou para a sua própria camisa com um brilho nos olhos. — É linda, não é? Também achei um espetáculo. Amo ser palmeirense. — ela sorriu, contagiada pela emoção.

Ao perceber minha expressão desconfortável, Bruna rapidamente interveio:

— Sim, você vai ter que usar. — Ela afirmou com convicção, deixando claro que não havia margem para discussão.

Respirei fundo, sentindo a ansiedade pulsar enquanto segurava o pacote entre as mãos, pensando sobre sua importância antes de retornar ao meu quarto.

Não demorei nada para me arrumar, mesmo com Bruna constantemente me apressando. Escolhi uma calça jeans com lavagem escura, uma mistura de preto e cinza, e vesti a blusa do time, com suas cores verde e branca, antes de pegar uma jaqueta de tonalidade quase idêntica à da calça, já me preparando para o caso de esfriar durante o evento.

Ao me olhar no espelho, um sorriso satisfeito brotou em meus lábios ao perceber a harmonia da combinação entre a calça e a jaqueta com a camisa do time. Ajeitei brevemente meus cabelos, apenas os secando com um secador, sabendo que uma elaboração mais detalhada tomaria muito tempo devido ao comprimento que chegava até a metade das minhas costas.

Quanto à maquiagem, optei por uma abordagem leve, aplicando apenas um pouco de blush, rímel e um hidratante labial com uma cor que realçava meus lábios.

— Estou pronta. — anunciei ao entrar na cozinha, segurando minha jaqueta nas mãos.

O pai de Bruna, também palmeirense fanático, é claro, não perderia o evento, assim como não perdia nenhum. Minha mãe sempre o convidava para essas ocasiões especiais. Ele nos levou para o estádio, enfrentando o caos do trânsito na cidade de São Paulo, enquanto Bruna temia que chegássemos tarde.

Amor em Jogo - PiquerezOnde histórias criam vida. Descubra agora