— Você fugiu? — Bruna questionou, com um tom de deboche na voz. — Clara! Pelo amor de Deus! Você tem 15 anos?
Eu, ainda envergonhada com a situação, tentei me defender.
— Não. — neguei com um timbre de voz fraco. — Eu só, você sabe... Travei — suspirei, demonstrando nervosismo. — Ele tava praticamente na minha cara.
— Tadinho — disse Bruna, fazendo um biquinho fingido. — Ele é tão docinho. — apontou ela com a cabeça para a direção dele.
Segui o olhar de Bruna e vi o rapaz conversando com a moça que me atendeu na mesa de bebidas. Ele parecia animado e gesticulava com as mãos, como se estivesse explicando algo ou contando uma história.
Havia algo nele que me atraía, uma gentileza e uma bondade que transcendiam.
— Ele parece ser um amor. — comentei, desviando o olhar para não ser notada.
— É até difícil de acreditar que ainda existe homens assim aqui. — disse Bruna, com um tom conspiratório.
— Esse é importado do Uruguai. — acrescente a ela e ela sorriu.
— O Richard tá sentado ali sozinho, vai lá. — indiquei a ela, apontando disfarçadamente.
Eu encarei Bruna, que pareceu ficar indecisa.
— É sério, vai.— insisti.
— Por acaso está me expulsando?
— Não. Claro que não. — revirei os olhos. — Eu só quero que você mate o que está te matando!
— Ok, ok. Já volto! — avisou se levantando e me deixando sozinha.
Enquanto ele se afastava, aproveitei para observar o ambiente ao redor. A iluminação do local era suave, destacando a vista espetacular da cidade à noite. Cada luz parecia uma estrela urbana, iluminando os prédios e ruas lá embaixo. Peguei meu celular e tirei uma foto da paisagem, decidindo guardá-la como lembrança, embora soubesse que não poderia compartilhá-la nas redes sociais, pelo menos não sem chamar a atenção da minha mãe.
— Oi.
Olhei para o lado e lá estava ele, com um sorriso gentil nos lábios e segurando duas latinhas de Schweppes.
— Oi. — respondi, um tanto tímida, sentindo meu coração bater mais rápido.
— Eu posso sentar aqui? — ele pediu, com um sorriso tímido.
Tão fofo, que saco. Eu apenas concordei com a cabeça, me sentindo um pouco sem jeito.
— Eu te trouxe isso. — ele colocou a latinha sob a mesa e a empurrou gentilmente na minha direção.
— Obrigada. — agradeci, aceitando o gesto amável. — Não imaginei que estaria aqui, normalmente só te encontro dentro de campo.
— Richard pediu para eu vir com ele.
— Bruna também.
— Quem?
— Bruna. — apontei na direção que ela tinha ido, mas não estava mais lá. — Bom, ela tinha ido para lá. Ela é minha melhor amiga.
— Ah. — ele concordou com a cabeça, parecendo um pouco desconcertado.
Eu podia sentir a vergonha emanando de seu rosto. Não sei se isso era um problema para ele, mas eu achava tão fofo.
— Eu vou ir procurar a Bruna, tô ficando um pouco preocupada. — levantei e ele fez o mesmo.
— Posso te ajudar se quiser.
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Amor em Jogo - Piquerez
FanfictionO que fazer quando o seu coração entra em uma partida sem avisar? Clara sempre preferiu viver longe dos holofotes que envolvem a fama de sua mãe, Leila Pereira, presidente do Palmeiras. Enquanto se dedica aos estudos de publicidade e tenta encontra...