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Era hora do jantar no hotel, e a área do restaurante que estava reservada somente as pessoas do time fervilhava com a energia dos meninos famintos e animados. Assim que descemos, meus olhos se depararam com uma cena que me tirou um riso sincero: Endrick, se comportava como se estivesse na Disney. Ou em alguma festa.

Ele dançava animadamente entre as opções do buffet, com uma tiara de porquinho na cabeça enquanto estava escolhendo as peças com gosto e devorando algumas com entusiasmo contagiante.

Me aproximei da minha mãe, curiosa para saber como ela havia descoberto as coisas envolvendo o Ríos. Eu perguntei tentando ser o mais discreta possível.

Com seu olhar de águia, ela apontou para Endrick.

— Eu ouvi quando Ríos contou para o ele outro dia no CT e já me liguei. — ela disse baixinho. — Depois, tirei tudo a limpo com ele e descobri o resto. — ela deu de ombros, com um sorriso de satisfação. — Me agradeça depois por ter salvado seu relacionamento de uma bomba-relógio.

— Eu ia contar pro Joaquín, só estava com medo, da reação dele. — confessei, olhando para Joaquín a distância.

Minha mãe me encarou com seriedade.

— Esse medo seu podia ter custado tudo. — ela alertou. — Quando outro homem dá a entender que te deseja e anda com o seu namorado, ele precisa saber. Se ele descobrir por outra fonte, a coisa vai desandar feio para o seu lado, amorzinho.

Ela observou os jogadores interagindo por alguns segundos antes de continuar.

— Não quero ter que lidar com briga deles dentro do time por causa da minha filha. — ela disse com firmeza.

— Obrigada.

Minha mãe me encarou.

— Não foi só por você. — ela confessou. — Também não quero ter que ver o Piquerez sofrendo por causa de algo que poderia ter sido evitado.— ela disse antes de sair andando vendo que alguém estava chamando ela.

Joaquín se aproximou, sentindo o clima estranho após a conversa com minha mãe.

– Você tá bem? — ele perguntou com preocupação.

— Tá tudo ótimo. — respondi, tentando disfarçar a tensão. Peguei disfarçadamente um hot roll do prato dele. — Ela só tava conversando comigo.

Ele concordou com a cabeça e se dirigiu ao grupo de jogadores que conversavam animadamente. Eu me aproximei da mesa farta de das mais variadas coisas da culinária japonesa, meus olhos percorrendo as diversas opções. Enquanto escolhia o que comer, senti o perfume familiar de Ríos se aproximando.

— Pode passar o shoyu para mim? — ele pediu com a voz suave.

Peguei o frasco e o entreguei em silêncio.

— Obrigada. — ele disse, com um sorriso tímido.

O silêncio era meio constrangedor, carregado de perguntas não ditas. Richard, percebendo a tensão no ar, me encarou com seus olhos expressivos.

— Você está bem? — ele perguntou com preocupação. — Você levou um susto hoje.

Assenti com a cabeça, ainda sem saber o que dizer.

— Não quer falar comigo? — ele continuou, a voz hesitante. — Eu fiz algo de errado?

— Não. — respondi, buscando as palavras certas. — Só não quero conversar sobre isso agora.

Uma ideia surgiu em minha mente.

— Posso falar com você depois?

Ríos sorriu, um sorriso que não alcançava seus olhos.

Amor em Jogo - PiquerezOnde histórias criam vida. Descubra agora