Enquanto me deliciava com cada garfada do risoto de frutos do mar, meus sentidos se inundavam com uma explosão de sabores. O creme cremoso envolvia os camarões, lulas e polvos em um abraço acolhedor, enquanto o aroma de açafrão e manjericão pairava no ar como uma melodia suave. De repente, senti um olhar sobre mim, um olhar que me fez erguer os olhos e encontrar o de Piquerez. Um semi-sorriso tímido brotou em meus lábios, como uma flor desabrochando sob a luz do sol.
Naquele instante, o mundo ao meu redor pareceu se dissolver em um borrão de cores e sons. Apenas eu e ele existíamos, conectados por um fio invisível de cumplicidade e desejo. A agitação da mesa, as conversas animadas e as risadas contagiantes se tornaram um mero pano de fundo para a sinfonia silenciosa que se desenrolava entre nós.
Bruna, sentada ali perto, me observava com uma mistura de curiosidade e inveja. Seus olhos percorriam meu rosto e meu corpo como um scanner, analisando cada detalhe com minúcia. Eu retribuía seus olhares com indiferença, sem me deixar afetar por sua inveja. Mas meu foco foco estava em aproveitar o momento.
De repente, Endrick, o brincalhão do grupo, interrompeu o silêncio com um comentário que provocou gargalhadas em todos, inclusive em mim.
— Você tá bonitona, Clara. — ele disse, com um sorriso travesso no rosto. — Sua mãe me deu 100 reais pra eu falar isso.
— Do nada? — questionei, fingindo indignação.
— Brincadeira, brincadeira! — ele respondeu, piscando um olho. — Só pra descontrair o clima.
— Obrigada, Endrick. — agradeci, ainda sorrindo. — Você também tá bonitão. — E então, meus olhos percorreram a mesa, pousando por alguns segundos a mais em Piquerez. Ele retribuiu meu olhar com um sorriso enigmático, um sorriso que me fez sentir como se ele pudesse ler meus pensamentos mais profundos.
A noite fluía com leveza e alegria, como um rio tranquilo em direção ao mar. A conversa era animada, regada a risos e piadas que ecoavam pela mesa, criando um ambiente cada vez mais agradável. Richard, sentado à minha direita, me lançava olhares constantes, carregados de uma admiração que era evidente para todos. Bruna, percebendo a atenção dele, não perdia tempo em me provocar, com olhares ácidos e comentários maldosos.
Com um sorriso desafiador, respondi às suas provocações, mostrando que não me intimidava com suas atitudes. Afinal, eu estava me divertindo e aproveitando cada segundo daquela noite inesquecível.
— Quer mais vinho? — Richard perguntou, gentil ao perceber minha taça quase vazia.
— Eu vou pego. — Bruna se ofereceu, levantando-se da mesa.
Em um movimento rápido, sua mão "acidentalmente" esbarrou na minha taça de vinho branco, que já estava quase vazia. O impacto foi leve mas forte o suficiente para derrubar e espalhar o líquido pelo meu vestido branco. A mancha se alastrava rapidamente, tornando a peça translúcida e revelando mais do que eu gostaria.
Minha mãe, em um ato instintivo de proteção, correu para o meu lado e me cobriu com seu blazer. A cena foi caótica, com Bruna se desculpando incessantemente e eu, por outro lado, me senti constrangida e envergonhada.
Sem pensar duas vezes, me dirigi ao banheiro com minha mãe, buscando refúgio daquela situação constrangedora. Lágrimas ameaçavam escorrer pelo meu rosto, mas respirei fundo e me recompus. O vestido, antes símbolo de elegância e beleza, agora era apenas uma lembrança do desastre inesperado.
— Ela fez de propósito, mãe! — exclamei, com a voz embargada pela raiva e frustração. O vinho manchando meu vestido branco, revelando mais do que eu gostaria, e a humilhação me consumia por dentro.
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Amor em Jogo - Piquerez
FanfictionO que fazer quando o seu coração entra em uma partida sem avisar? Clara sempre preferiu viver longe dos holofotes que envolvem a fama de sua mãe, Leila Pereira, presidente do Palmeiras. Enquanto se dedica aos estudos de publicidade e tenta encontra...