São Paulo | Brasil
8 de Maio.— Amor, acorda.— chamei, balançando ele suavemente.
Joaquín não deu sinal de vida. Suspirei, resignada. Ele realmente precisava de descanso. A noite anterior havia sido um pesadelo para ele, com o tornozelo doendo a cada movimento. E agora que ele finalmente havia conseguido dormir, eu estava com o coração apertado de dó em acordá-lo.
Mas o remédio não podia esperar. E se eu não o fizesse tomar agora, me sentiria culpada depois caso ele não apresentasse melhora. Respirei fundo e tentei afastar a culpa.
Levantei da cama, ainda com os olhos fechados e me sentindo um zumbi. Meus passos eram lentos e pesados, como se cada movimento me custasse um grande esforço. Abri a porta do quarto com cuidado, evitando qualquer ruído que pudesse perturbar o sono de Joaquín.
Caminhei em direção à cozinha, me arrastando pelos pés. Peguei um copo de vidro no armário e o enchi com água filtrada. Em seguida, me virei para a geladeira e procurei a receita médica que havia grudado na porta. Meus olhos cansados leram as instruções com dificuldade, tentando decifrar quais dos remédios ele deveria tomar.
Voltei pro quarto com os dois comprimidos em mãos, me sentei ao seu lado e suspirei.
Joaquín dormia profundamente, respirando baixinho e sereno. A luz do luar entrava pela janela, iluminando seu rosto de forma suave e angelical. Observá-lo me fez sentir um aperto no coração. Eu sabia que precisava acordá-lo para que ele tomasse os remédios, mas me sentia a pior pessoa do mundo por perturbar seu sono tão tranquilo.
— Amor, ei.— chamei baixinho, tocando seu ombro com cuidado.
Ele se mexeu levemente, abrindo um olho primeiro e depois o outro. Seus olhos estavam nublados pelo sono, mas logo se fixaram em mim com um sorriso fraco.
— Você precisa tomar os remédios aqui.— balancei a mão na frente do seu rosto, tentando animá-lo.
Joaquín sentou-se na cama, esfregando os olhos para afastar o sono. Uma careta de dor surgiu em seu rosto quando ele tentou se mover, o tornozelo machucado protestando contra o movimento. Meu coração se partiu ao vê-lo sofrer.
— Eu não queria te acordar.— falei, entregando-lhe os dois comprimidos.
— Tudo bem.— ele disse com voz rouca, pegando os comprimidos.
— Mas você precisa tomar.— continuei, agora entregando o copo de água.
Ele engoliu os comprimidos com a água, fazendo uma careta de desgosto.
— Obrigado.— ele murmurou, colocando o copo vazio no móvel ao lado.
— De nada.— respondi, sentindo-me aliviada por ele ter tomado os remédios.— Eu tô odiando te ver assim.— desviei o olhar para a janela aberta ali perto.
Joaquín estava deitado na cama, com o tornozelo machucado apoiado em uma almofada. Seus olhos estavam fechados e ele respirava fundo, tentando conter a dor. Meu coração se apertava ao vê-lo sofrer.
— Seria estranho se gostasse.— ele disse sorrindo, a voz rouca de sono.
Abri a boca para responder, mas as palavras falharam. Eu não sabia o que dizer. O humor dele me pegou de surpresa, mas também me trouxe um pouco de alívio.
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Amor em Jogo - Piquerez
FanfictionO que fazer quando o seu coração entra em uma partida sem avisar? Clara sempre preferiu viver longe dos holofotes que envolvem a fama de sua mãe, Leila Pereira, presidente do Palmeiras. Enquanto se dedica aos estudos de publicidade e tenta encontra...