— Oi Verinha!— entrei em casa com um sorriso radiante no rosto, meus pés quase voando pelo chão. — Você recebeu a mensagem da minha mãe? — perguntei ansioso, enquanto me aproximava dela na sala de estar.
Ao invés de me responder, Verinha me envolveu em um abraço apertado, como se estivesse me lendo a mente e já soubesse das novidades. O cheiro familiar de seu perfume acalmou meu coração, e por um instante, as preocupações do dia se dissiparam.
Depois do abraço, dei um beijo estalado em sua bochecha, sentindo o calor da sua pele contra a minha.
— Então, o que a minha mãe disse? — repeti a pergunta, agora mais calma e ansiosa pela resposta.— O que ela pediu pra preparar?
Verinha se afastou um pouco, seus olhos brilhando com um misto de entusiasmo e apreensão.
— Ela pediu para prepararmos medalhão ao molho madeira, salada de batatas com queijo e arroz de forno — disse ela, recitando os pratos com precisão, como se estivesse lendo um menu. — Mas não mencionou nenhuma sobremesa.
Ela franziu a testa, e por um segundo, uma sombra de preocupação cruzou seu rosto.
— Posso sugerir uma? — perguntei, abrindo um sorriso largo que iluminou o ambiente. Verinha assentiu com a cabeça, seus olhos ainda carregados de um misto de dúvida e expectativa.
— Mousse trufado de maracujá! — exclamei com empolgação, quase cantando as palavras. — Perfeito!
Verinha sorriu, mas a sombra de preocupação ainda não havia se dissipado completamente.
— Você acha que ela vai gostar? — perguntou ela, hesitante.— A sua mãe?
— Honestamente, não sei — admiti, coçando a nuca com um sorriso travesso. — Mas a verdade é que a sobremesa não é para ela, é para mim e para o meu namorado.
Os olhos de Verinha se arregalaram, a surpresa evidente em seu rosto.
— Namorado?! — exclamou ela, quase gritando. — Você tem namorado agora e não me disse?!
— Tenho sim! — confirmei, rindo da sua reação. — E ele é incrível, você vai adorar ele.
— Mas... e sua mãe? — Verinha ainda parecia chocada com a novidade. — Ela sabe sobre ele?
— Sabe. Ela conhecia ele antes de mim, quem não conhece ainda é meu pai. — confessei, com um sorriso nervoso. — Mas eu também quero que você conheça ele hoje à noite. Seria muito legal se você pudesse ficar para o jantar. O que você acha?
Verinha me encarou por um longo momento, seus olhos cheios de perguntas não ditas. Finalmente, ela soltou um suspiro e esboçou um sorriso hesitante.
— Tudo bem — disse ela, sua voz ainda um pouco incerta. — Eu posso ficar. Mas... e sua mãe?
— Espero que eu também. — a voz dele ecoou pelo corredor, respondendo à minha mãe. — Se não, é bom que ele saiba voar.
— Pai!— exclamei, indo lhe dar um abraço e o encarando com os olhos arregalados. — Você não estava se planejando para uma viagem a Nova York? Por um momento nem lembrei que ainda estaria aqui.
O aperto do meu pai em volta de mim era forte, como se estivesse me protegendo de algo. Respirei fundo, sentindo o cheiro familiar de seu perfume. Ele sempre me abraçava assim quando estava nervoso ou ansioso, e eu sabia que naquele momento ele dividia ambas as sensações.
Ele piscou, fingindo surpresa.
— Ah, sim. Mas eu precisava conhecer o tal Piquerez. Só o vi pela internet. — explicou, coçando o cabelo grisalho. — E preciso avaliar se ele é bom o suficiente para minha única filha.
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Amor em Jogo - Piquerez
FanfictionO que fazer quando o seu coração entra em uma partida sem avisar? Clara sempre preferiu viver longe dos holofotes que envolvem a fama de sua mãe, Leila Pereira, presidente do Palmeiras. Enquanto se dedica aos estudos de publicidade e tenta encontra...