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Seguindo o olhar de Bia, meus olhos pousaram sobre um jogador que se destacava em meio às outras pessoas ali perto. Ele estava abaixado no gramado, conversando com uma garotinha que se encontrava em uma cadeira de rodas.

A cena era tocante. O jogador, alto e atlético, se curvava para poder conversar com a menina, seus gestos gentis e atenciosos transmitindo uma aura de carinho e compaixão.

Embora a distância não me permitisse ver seu rosto com clareza, sua postura e seus movimentos despertavam em mim uma certa admiração. Havia algo nele que me chamava a atenção, uma combinação de força e delicadeza que o tornava aparentemente adorável.

Seus cabelos, cortados em um estilo que eu não saberia definir, eram castanhos e curtos, despojados que davam um charme para si. A camisa do time, verde e branca, adornava seu corpo atlético, e seus músculos se definiam sob o tecido enquanto ele gesticulava com agilidade.

Enquanto observava a cena, meus pensamentos se confundiram. Uma mistura de curiosidade, admiração e uma leve atração tomava conta de mim.

Naquele momento, algo dentro de mim se acendeu. A imagem dele, abaixado no gramado, conversando com a menina em uma cadeira de rodas, se gravou em minha memória, e eu sabia que não esqueceria tão cedo.

— Você pode ir comigo até lá? Eu tô com vergonha. — Bia me pediu com seus olhinhos suplicantes, e eu não pude negar nada àquela menininha tão especial. Seria impossível resistir à sua doçura e à sua timidez contagiante.

Peguei em sua mãozinha macia e seguimos em direção ao jogador que ela tanto admirava. O coração batia forte em meu peito, uma mistura de empolgação e nervosismo.

Ao nos aproximarmos, a cuidadora da instituição se aproximou da garotinha que estava na cadeira de rodas e a conduziu até outro jogador que estava próximo. Ela sorriu para mim em agradecimento, e eu observei com admiração a forma como ela interagia com as crianças, transmitindo carinho e atenção a cada uma delas.

Ele ainda não nos havia notado, concentrado em conversar e autografar coisas para um grupo de crianças. Eu e Bia observávamos, fascinadas por sua postura gentil e pelo sorriso contagiante que iluminava seu rosto.

De repente, nossos olhares se cruzaram. O tempo pareceu parar, e o mundo ao meu redor se dissolveu. Naquele instante, senti uma conexão inexplicável com ele, uma atração instantânea que me deixou sem fôlego.

Por alguns segundos, ficamos presos naqueles olhares intensos, um explorando a alma do outro. Senti meu coração bater descompassado, as palmas das minhas mãos suando e um calor percorrendo meu corpo.

O nervosismo de Bia havia se transmitido para mim, e eu me sentia como uma adolescente apaixonada pela primeira vez. A timidez tomava conta de mim, e eu não sabia o que dizer ou fazer.

— Oi Piquerez.— Bia disse e logo se escondeu atrás de mim, sua timidez a dominando.

— Alguém me chamou? — ele disse, fingindo não ter visto Bia. — Eu não estou vendo ninguém.

Um sorriso genuíno brotou em meus lábios ao ouvir o seu sotaque, sua voz e era suave, e seus olhos brilhavam de uma forma encantadora. O português com sotaque espanhol ficava uma graça, além de fofo em seus lábios.

— É que ela se escondeu atrás de mim. — respondi, entrando na brincadeira e aproveitando a oportunidade para descontrair.

Com um movimento suave, dei um passo para o lado, revelando Bia ao olhar de Piquerez. Um sorriso tímido surgiu em seu rosto, enquanto ela se encolhia levemente atrás de mim.

— Está com vergonha? — Piquerez perguntou, sua voz suave e acolhedora transmitindo uma aura de gentileza e compreensão.

Bia balançou a cabeça em confirmação, seus olhos grandes e expressivos revelando a timidez que a dominava naquele momento.

Amor em Jogo - PiquerezOnde histórias criam vida. Descubra agora