— Você está usando uma camisa com o meu nome? — ele perguntou surpreso enquanto eu amarrava o meu cadarço.
— Gostou? — perguntei com um sorriso irônico. — Foi a minha mãe quem me deu.
— Ela sabe? — perguntou, e eu concordei. — E?
— A reação dela não foi nada tão diferente do que eu achei que seria. Mas eu não me importo com isso. — suspirei. — Eu sei do que eu quero, e isso basta.
— Sabe? — ele perguntou. — E o que você quer?
— Sei lá, virar esposa troféu assim, sabe? — falei brincando, e ele me encarou. — Sair viajando pelo mundo, conhecer vários lugares e culturas...
Mas enquanto eu falava, meus olhos se desviaram para o rosto dele. E foi nesse momento que tudo aconteceu.
Ele estava me olhando com um sorriso bobo no rosto. Um sorriso que não era de deboche, nem de ironia. Era um sorriso genuíno, cheio de carinho e admiração. E naquele instante, eu tive certeza.
Ele estava se apaixonando por mim. E era recíproco, porque claramente eu também estava.
O jogo já estava nos últimos minutos, cada segundo se arrastando como uma eternidade. Eu precisava sair correndo daquele lugar antes que minha mãe percebesse minha presença ali, antes que a tempestade que se formou dentro dela se desbatesse sobre mim.
Meus olhos fitavam Joaquín, hipnotizados por cada curva do seu rosto, cada fio de cabelo castanho que brilhava sob a luz do vestiário. Sentia meu coração se espremer no peito, dividido entre a vontade de permanecer ao seu lado e a necessidade de evitar mais conflito com minha mãe.
Respirei fundo, tentando reunir forças para me levantar do banco.
— Eu preciso ir, Joaquín. Minha mãe não pode saber que estou aqui. — pronunciei as palavras com a voz baixa, carregada de tristeza e frustração.
Ele me encarou com seus olhos castanhos profundos, cheios de confusão e preocupação.
— Você veio escondida?! — exclamou, a voz carregada de surpresa. — Está brigando com sua mãe? Por causa de nós? — ele apontou para mim e depois para si mesmo, como se quisesse confirmar a sua suposição.
"Nós." A palavra ecoou em minha mente, trazendo consigo uma onda de sentimentos conflitantes. Amor, medo, angústia, esperança.
— Sim, estou brigando com ela. — confirmei, a voz ainda baixa, quase um sussurro. — Mas relaxa, eu vou ficar bem. — forcei um sorriso, tentando soar confiante, mesmo que meu interior estivesse desmoronando.
Caminhei até ele e me sentei em seu colo, buscando conforto em seu calor. A textura macia da sua pele me envolveu, e por um breve momento, pude esquecer das preocupações que me afligiam.
— E não pense em ir falar com ela, é sério! — avisei, meu olhar suplicante encontrando o dele. — Isso só vai piorar as coisas.
Ele me fitou em silêncio por alguns segundos, seus olhos repletos de preocupação.
— Você não pode ficar brigando com sua mãe, Clara. — sua voz era suave, mas firme, carregada de convicção. — Isso não faz bem pra ninguém.
— Não é você quem decide isso, Joaquín. — retruquei, a voz carregada de ressentimento. — E na verdade, nem foi eu quem decidiu também. — suspirei, sentindo a frustração tomar conta de mim. — Mas como eu disse, vou ficar bem. Mas agora eu preciso ir.
— Vou sentir sua falta. — ele disse, seus olhos me fitando. Havia um brilho neles, uma mistura de carinho, desejo e nostalgia que me deixou completamente rendida.
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Amor em Jogo - Piquerez
FanfictionO que fazer quando o seu coração entra em uma partida sem avisar? Clara sempre preferiu viver longe dos holofotes que envolvem a fama de sua mãe, Leila Pereira, presidente do Palmeiras. Enquanto se dedica aos estudos de publicidade e tenta encontra...