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São Paulo | Brasil
09 de Abril

Era sábado, e minha mãe queria me arrastar para um evento do time. Um jantar de comemoração pelo Campeonato Paulista estava marcado em um restaurante chique em algum lugar da cidade. Eu nem me dei ao trabalho de descobrir o endereço, porque sinceramente, não queria ir.

Eu sabia que veria Joaquín no evento, o que seria bom, mas tudo o que eu queria era passar o sábado inteiro jogada na minha cama. Infelizmente, só consegui aproveitar parte do dia assim, porque assim que ele foi embora, minha mãe veio me lembrar de que tínhamos que sair.

Com um suspiro, me levantei da cama e fui até o guarda-roupa, tentando escolher algo adequado para o evento. Minha vontade de ficar em casa era tão grande que mal tinha energia para pensar em um look elaborado. Porém, meus olhos encontraram um vestido branco de seda pendurado ali. Com alças finas e aberto nas costas, o caimento dele era perfeito em mim. O tecido macio acariciava minha pele, enquanto o decote revelava apenas um pouco do meu colo, ajustando-se bem à minha cintura e ficando levemente solto na parte de baixo. Era a escolha ideal para a ocasião, combinando elegância e conforto.

Se eu não me engano, tinha comprado ele na Shein.

Tomei o meu banho, aproveitando cada momento sob a água quente que relaxava meus músculos. Após me secar cuidadosamente, segui com minha rotina de skincare, aplicando os produtos que já me eram familiares, nutrindo minha pele e conferindo um brilho saudável.

Ao escolher o que vestir, hesitei por um momento, mas logo decidi por um salto agulha cor de pérola. Seu design elegante e a tira brilhante que envolvia meu tornozelo acrescentavam um charme sofisticado ao conjunto.

Para o cabelo, decidi prender em um rabo de cavalo alto, deixando apenas a minha franja solta para emoldurar meu rosto. Duas mechas laterais, uma de cada lado da franja, adicionavam um toque delicado e harmonioso à minha aparência.

Antes de sair, apliquei uma leve quantidade do meu perfume favorito, deixando um rastro sutil e envolvente onde passava. Por fim, coloquei o colar que minha mãe me presenteou há anos. Era uma estrelinha delicada, simbolizando a luz e a brilho que ela via em mim.

No pulso eu coloquei uma pulseira que eu tinha comprado mas não tinha o costume de usar, era simples mas bonita. E eu amava ela.

— Clara, você já tá... Uau. — sorriu ao me ver. Seus olhos percorreram meu corpo com admiração. — Que isso hein? — ela cruzou os braços, parecendo surpresa. — Quem te viu, quem te vê.

Um sorriso espontâneo brotou em meus lábios ao ver sua reação. Olhando no espelho, apliquei um brilho labial suave, um toque de blush para realçar minhas maçãs do rosto e tracei um delineado esfumado com uma sombra marrom delicada, apenas para realçar meus olhos.

— Ainda me pergunto por que você não tem um namorado. — ela comentou enquanto me observava atentamente. — Você gosta de mulheres? É isso?

— Não, mãe. Eu sou hétero. E não tenho namorado porque nenhum homem merece a mim e não vou ficar com qualquer cara. — respondi, exalando confiança enquanto mandava um beijinho para ela.

Ela soltou uma risada divertida.

— Tá certo, Clara Maria. Vem, vamos.

Decidi levar apenas o celular e a carteira, os colocando na bolsa da minha mãe, antes de seguirmos para fora de casa.

— Clara, eu esqueci de avisar. — falou, e eu a encarei com curiosidade. — Bruna vai estar presente. Eu convidei o pai dela, mas ele não pode ir, e ela aceitou ir no lugar dele.

Amor em Jogo - PiquerezOnde histórias criam vida. Descubra agora