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O jogo estava se desenrolando, com Abel colocando Piquerez para jogar, e as coisas estavam equilibradas, nenhum time estava à frente. No entanto, perto do intervalo, Varela, do Flamengo, começou a se estranhar com Piquerez. Eles trocavam passes que pareciam perigosos, quase se machucando mutuamente.

Foi então que o jogador do Flamengo disse algo para Piquerez. Eu não consegui entender completamente, não sou muito boa em leitura labial. Mas ficou claro que ele queria partir para a briga, e os dois começaram a discutir no meio do campo, enquanto o jogador rubro-negro sorria de forma provocativa.

Durante o intervalo, os comentaristas na transmissão tentavam decifrar as palavras trocadas entre Piquerez e Varela. O clima era descontraído, mas a tensão ainda pairava no ar, especialmente após o comportamento sério e determinado de Piquerez ao entrar no vestiário.

Enquanto os comentaristas tentavam especular sobre o que foi dito, a expressão facial de Piquerez deixava claro que as palavras de Varela o tinham deixado furioso. Seus lábios apertados e sobrancelhas franzidas eram sinais evidentes de sua irritação, enquanto ele seguia em direção ao vestiário com passos firmes.

Quando Piquerez passou por Endrick, que tentava acalmá-lo, a expressão de Piquerez era de pura raiva contida. Seu olhar fixo adiante e os punhos cerrados indicavam a intensidade do momento, deixando claro que algo muito sério havia sido dito.

— O que será que ele estava falando, hein? — falou o narrador, com um sorriso malicioso no rosto. — O Piquerez mandou ele ir para a casa do... — antes que ele pudesse terminar, todos começaram a rir, antecipando o palavrão que viria.

— Aproveitando o intervalo, vamos ver se a nossa equipe consegue decifrar o que o Varela disse para o Piquerez.

— Ih, rapaz. O jogador do Palmeiras está visivelmente furioso. — comentou o outro, observando-o com preocupação. — Entrou no vestiário sem dizer uma palavra, com o semblante carregado.

Não precisei de muita leitura labial para entender perfeitamente quando ele soltou para o Endrick, que tentava acalmá-lo: "Filho do caralho."

Confesso que ri, considerando sua criação e convivência com duas mulheres. Ele jamais xingaria a mãe de outra pessoa de puta, por mais que o filho dela se comporte como um.

— Parece que a confusão começou mesmo. — o narrador retomou a palavra. — Nossa diretora de imagens informou que o Varela disse: "Se você perder, eu levo a Clara".

— Meu Deus! — o outro exclamou. — Clara não é a filha da Leila? A presidente do Palmeiras? Que audácia, hein? Ele foi lá e soltou essa?

— De acordo com as imagens, o Piquerez respondeu: "Fala de novo e eu quebro a tua cara, babaca de merda."

— Olha só, o Endrick tentando acalmar o Piquerez. — observou o narrador. — Parece que o uruguaio está dizendo: "Ele não tem o direito, não tem direito de falar dela."

Piquerez estava completamente puto da vida. Ele tava tão puto que o Abel foi ir conversar com ele.

Em alguns instantes a minha ficha caiu, ele estava me defendendo. Tava puto por causa de algo que alguém falou em referência a minha pessoa, eu precisava fazer alguma coisa.

Ele estava tão bravo que nem o Abel tava dando conta de tranquilizar ele.

— Só uma pessoa é capaz de tranquilizar ele.— Vera falou colocando a mão no meu ombro.— E eu acho que você sabe quem é.

Eu apenas concordei com a cabeça, sentindo a urgência da situação, antes de sair correndo para o meu quarto. Lá, tomei um banho na velocidade da luz, sentindo a água quente revigorar meus sentidos. Troquei-me rapidamente, optando pela camisa que minha mãe tinha trazido para mim, uma calça jeans branca e minha querida botinha da Vans, que parecia quase ter vida própria de tanto que eu a usava.

Amor em Jogo - PiquerezOnde histórias criam vida. Descubra agora