— Clara, o seu celular! — Piquerez chamou antes que eu pudesse entrar no condomínio.
Com o coração acelerado, olhei para trás e percebi minhas mãos tremendo enquanto me aproximava rapidamente do carro, onde ele estava parado ao lado, segurando meu celular.
— Você não precisa fugir de mim. — sua voz soou calma e reconfortante.
Aceitei meu celular de suas mãos e me afastei, caminhando em direção ao condomínio. No meio do caminho, parei por um momento e respirei fundo. Não podia permitir que o peso da expectativa da minha mãe me privasse de viver minha própria vida. Eu não merecia e não podia me permitir ser controlada por suas expectativas.
Eu sempre fiz de tudo por ela, minha mãe, mesmo que isso significasse abrir mão da minha própria felicidade. Mas agora, as coisas eram diferentes. Eu sabia que não havia perigo algum naquele momento, não ali, a poucos metros de mim.
Meu coração implorava para que eu fizesse algo pensando em mim mesma naquele momento.
— Piquerez.— o chamei, voltando atrás.
Ele se virou para me olhar, seus olhos castanhos me encarando com uma mistura de curiosidade e surpresa. Ele estava prestes a voltar para o carro, deixando para trás o momento que passamos juntos.
Apressei meus passos, meus pés me impulsionando em direção a ele. Ao chegar perto o suficiente, meus olhos se fixaram em seus lábios, tão convidativos. Senti sua respiração quente roçar meu rosto, me arrepiando dos pés à cabeça.
— Eu nunca quis fugir de você. — respondi, encarando seus olhos com uma sinceridade que transbordava do meu coração.
Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, meus lábios dominaram os seus em um beijo ansioso e desesperado. Era como se tudo estivesse concentrado naquele único momento.
Sua mão encontrou a minha nuca, entrelaçando seus dedos em meus fios de cabelo. Nossas línguas se entrelaçaram, explorando cada canto da boca do outro. Sorrisos escapavam entre os beijos, expressando a felicidade e a liberdade que sentíamos naquele instante.
Ao finalizarmos o beijo, nossos rostos se afastaram lentamente, nossas testas se colando em uma união de almas. Eu suspirei sem fôlego, meus pulmões ansiando por mais ar.
Aquele beijo havia sido a confirmação de que fazer algo por mim mesma nem sempre seria catastrófico ou ruim.
— Boa noite, Piraquê. — brinquei, dando um selinho em Piquerez antes de me afastar.
— Piraquê? — ele repetiu, com um sorriso curioso e o sotaque adorável.
— Tchau! — o deixei pensativo enquanto me afastava.
A noite caía sobre a cidade, envolta em um manto de mistério e suspense. Eu, tomada por uma mistura de adrenalina e excitação, entrava no condomínio, meus passos leves e furtivos como os de uma ninja em missão secreta.
Graças aos céus, tudo estava quieto e deserto. Nem uma alma viva para me testemunhar retornando após a minha escapada com Piquerez. Respirei fundo, aliviada por ter escapado das garras da minha mãe vigilante.
Passei pelo sistema de segurança do prédio com habilidade, meus dedos dançando sobre os botões como um maestro regendo uma sinfonia. O elevador se abriu, me convidando para um refúgio momentâneo da realidade.
Assim que entrei naquela caixa metálica, soltei um suspiro de satisfação. A tensão que me acompanhava desde o encontro com Piquerez finalmente se desfazia, dando lugar a uma sensação de leveza e bem-estar.
Puta merda, que sensação boa! Meu coração ainda batia forte no peito, relembrando cada momento daquele beijo apaixonado, cada toque suave, cada palavra sussurrada. Eu mal podia conter o sorriso que se espalhava pelo meu rosto, ameaçando rasgar minha face de felicidade.
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Amor em Jogo - Piquerez
FanfictionO que fazer quando o seu coração entra em uma partida sem avisar? Clara sempre preferiu viver longe dos holofotes que envolvem a fama de sua mãe, Leila Pereira, presidente do Palmeiras. Enquanto se dedica aos estudos de publicidade e tenta encontra...