São Paulo | Brasil
28 de Abril.Era final de tarde de uma sexta-feira sufocante, daquelas que te prendem no ar-condicionado e te fazem sonhar com um mergulho no mar. O sol se despedia em tons de laranja e rosa, lançando longas sombras pelas ruas da cidade. Eu, imersa em meus estudos para a prova do dia 30, tentava me concentrar nas páginas do meu caderno, mas meus pensamentos teimavam em flutuar para longe.
Meu celular, jazia quieto e longe do alcance das minhas mãos. Era uma medida drástica, eu sei, mas necessária para evitar as tentações das redes sociais e as mensagens constantes de Joaquín. As últimas duas aulas do mês haviam sido adiadas para nos conceder mais tempo de estudo, e a tensão era palpável no ar.
Sentada à mesa da cozinha que agora era a mesa de estudos, cercada por pastas, anotações e canetas coloridas, eu me sentia como uma guerreira prestes a entrar em batalha. A cada página que virava, a cada problema que resolvia, a cada conceito que assimilava, eu me aproximava da vitória. Mas, no fundo, uma voz baixinha me sussurrava dúvidas e incertezas. Será que eu seria boa o suficiente? Será que eu conseguiria passar na prova?
Para afastar esses pensamentos negativos, decidi fazer uma pausa. Fechei o notebook com um suspiro de cansaço e me levantei da cadeira. Meus músculos protestavam, rígidos por horas de estudo ininterrupto. Caminhei pela, ávida por um lanche que me desse energia para continuar. No forno da cozinha, encontrei pizza da noite anterior. Era o que tinha para hoje, e aceitei com resignação.
Depois de terminar o lanche, abri todas as janelas do apartamento, deixando a brisa fresca da noite entrar. Abri o notebook, peguei minha caneta e me preparei para a última hora de revisão. Eu sabia que não seria fácil, mas estava disposta a dar tudo de mim. A prova do dia 30 se aproximava, e eu precisava estar pronta para enfrentá-la.
Depois de revisar tudo, fui tomar banho. Meu corpo já estava implorando por um.
Cinco dias se passaram desde que eu deixei a casa da minha mãe. Ela percebeu que eu precisava de espaço e, apesar da relutância do início, respeitou meu desejo de ficar sozinha. Meu único contato era com meu pai, que me mandava mensagens todos os dias para saber se eu estava bem. Ultimamente, ele também começou a perguntar sobre Joaquín.
Joaquín já era praticamente um morador do apartamento. Havia roupas e objetos dele espalhados por todo o lado, lembranças de sua presença constante. Ele sempre trazia algo e esquecia de levar, e eu não me importava em lembrá-lo. Gostava de sentir que uma parte dele estava comigo.
Fazia alguns dias que não nos víamos. Desde aquele dia em que ele tirou fotos minhas, fotos que nunca me mostrou até hoje, dizendo que eu entenderia tudo quando chegasse a hora.
Era sexta-feira, dia em que nos encontrávamos. Eu queria que ele ficasse a semana toda, mas o CT ficava longe e ele precisava acordar cedo para os treinos. Na verdade, eu admirava sua dedicação ao futebol, mas também sentia falta dele quando estava longe.
À medida que a tarde avançava, a ansiedade tomava conta de mim. Eu o queria aqui, precisava do seu abraço, do seu carinho, da sua presença tranquilizadora. Mas ele não dava as caras, e o silêncio do apartamento se tornava cada vez mais ensurdecedor.
Após o banho relaxante, lavei meus cabelos com cuidado e vesti uma calcinha confortável junto com a camisa de Joaquín que ele havia esquecido aqui. Atraída pela promessa de um frescor noturno, caminhei até a sacada, buscando refúgio do calor sufocante que pairava no ar.
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Amor em Jogo - Piquerez
FanfictionO que fazer quando o seu coração entra em uma partida sem avisar? Clara sempre preferiu viver longe dos holofotes que envolvem a fama de sua mãe, Leila Pereira, presidente do Palmeiras. Enquanto se dedica aos estudos de publicidade e tenta encontra...