São Paulo | Brasil
25 de Abril.Abri meus olhos devagar, ainda sonolenta, e fui tomada por um leve susto ao notar que a cama ao meu lado estava vazia. A mente turva ainda tentava se lembrar dos eventos da noite anterior, enquanto meu coração batia com certa apreensão. Será que Joaquín havia mentido quando disse que ficaria comigo?
Levantei da cama com um misto de desânimo e curiosidade, e me dirigi ao banheiro impelida pela necessidade de lavar o rosto e escovar os dentes para despertar de vez. No caminho, meus pensamentos se dividiam entre a decepção por sua possível ausência e a esperança de que ele estivesse apenas em outro cômodo da casa.
Ao sair do banheiro, segui em direção à cozinha, guiada pelo aroma irresistível de café fresco que pairava no ar. E lá estava ele, Joaquín, de costas para mim, inclinado sobre a mesa da cozinha, concentrado em preparar algo que meus olhos sonolentos identificaram como um café da manhã.
Cruzei os braços e me encostei na entrada da cozinha, o observando em silêncio por alguns instantes. Ele estava sem camisa já que a mesma estava comigo, deixando seu tronco a à mostra. Ele parecia totalmente absorto em sua tarefa, alheio à minha presença.
Quebrando o silêncio, finalmente decidi me fazer notar.
— Isso aí é pra mim? — perguntei com um tom de voz ainda sonolento, mas com um sorriso brincalhão nos lábios.
Joaquín se virou, surpreso com minha presença. Seus olhos se arregalaram por um instante, antes de se fixarem nos meus com um sorriso caloroso que iluminou seu rosto.
— Já acordou? — ele perguntou, sua voz soando um pouco rouca pelo sono. — Achei que iria dar tempo.
— Tempo do quê? — respondi, entrando na cozinha e me aproximando da mesa.
Ele apontou para a mesa e eu concordei.
— O que você fez pra mim? — perguntei com um sorriso nos lábios, meu coração se aquecendo com a inesperada surpresa.
A curiosidade me consumia.
— Eu fui em uma padaria que conheço e comprei bizcochos, que é quase que uma tradição nos cafés no Uruguai. — ele explicou, seus olhos brilhando com orgulho.
Meus olhos se arregalaram ao ver o que havia ali: uma variedade de pãezinhos e bolinhos doces, todos com uma aparência deliciosa e convidativa.
Observei os doces com atenção, cada um com uma forma e sabor diferentes. Havia croissants dourados, medialunas recheadas com doce de leite, mini pastelitos de carne e queijo, e até mesmo alguns alfajores em miniatura. A fome que eu nem sabia que tinha despertou de repente.
— E tem também tostadas con dulce de leche — ele continuou, apontando para fatias de pão tostado cobertas por uma camada generosa de um doce cremoso. — São fatias de pão tostado servidas com o famoso doce de leite uruguaio.
Meu estômago roncou em aprovação. Dulce de leche? A ideia de combiná-lo com pão tostado me deixava ainda mais ansiosa para provar.
Joaquín cruzou os braços e pareceu pensar por um instante.
— É uma iguaria doce e cremosa feita a partir do leite caramelizado. — ele explicou, vendo a minha expressão curiosa. — E sabe de uma coisa? Eu fiz o dulce de leche.

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Amor em Jogo - Piquerez
FanfictionO que fazer quando o seu coração entra em uma partida sem avisar? Clara sempre preferiu viver longe dos holofotes que envolvem a fama de sua mãe, Leila Pereira, presidente do Palmeiras. Enquanto se dedica aos estudos de publicidade e tenta encontra...