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Eu não podia ficar perto dele, não ali em frente a todos da equipe e elenco. Evitava até olhar para ele, mas era tão difícil! Sentia meu coração bater descompassado no peito e minhas bochechas esquentarem a cada vez que seus olhos se cruzavam com os meus. Era como se um imã invisível nos unisse, desafiando todas as minhas tentativas de manter a distância.

Estávamos todos no refeitório da Academia do Palmeiras, a última coisa que eu queria era chamar a atenção dele ou atenção para nós dois. O aroma de das variedades de comida para todos os gostos  pairava no ar, misturando-se com o burburinho das conversas dos jogadores e da comissão técnica.

Em meio aquele ambiente animado, meus olhos não resistiram e buscaram por ele. E lá estava, sentado à mesa do outro lado do refeitório, seus olhos brilhantes fixos em mim. Um sorriso travesso se desenhou em seus lábios, e eu senti meu corpo inteiro se arrepiar.

Tentei desviar o olhar, mas era como se seus olhos me prendessem em um feitiço. Segurei a vontade de sorrir, mas acho que foi em vão. Meu coração batia descompassado no peito, e meus dedos tremiam enquanto digitava uma mensagem no celular:

"Para de me encarar."

Para meu espanto, a resposta veio instantânea:

"Impossível."

Revirei os olhos, mas não pude conter um sorriso. Senti um calor se espalhar pelo meu rosto, e por um momento, esqueci que minha mãe estava sentada à minha frente, me observando com um olhar desconfiado.

— Sua franja combina perfeitamente com você. Harmoniza com seu rosto — ela disse, e eu concordei, sorrindo. — Adorei.

— Obrigada, mãe

Ao desviar o olhar, encontrei o Piquerez me encarando com um sorriso. Senti meu coração bater mais forte, e sabia que, apesar de todos os meus esforços para evitar, eu estava caindo em sua teia.

Era nítido que eu iria acabar me apaixonando.

Voltei a mexer no celular, trocando mensagens com Piquerez. Ele era um bobo encantador, e suas palavras me faziam rir e beijá-lo ao mesmo tempo. Mas, no fundo, eu sabia que nossa relação era proibida.

Minha mãe, sempre atenta, parecia desconfiada.

— O que tanto você olha e ri? — ela perguntou, tentando ver o que eu estava escrevendo no celular.

— Oi? Me dá um pouco de privacidade? — brinquei, desviando o olhar dela.

— Tudo bem, tudo bem. — ela disse rindo, mas sei que não estava convencida.

Pedi licença à minha mãe antes de me levantar e seguir em direção à mesa de bebidas, meu coração batendo descompassado no peito. O aroma de suco de maracujá natural pairava no ar, me atraindo como um imã. Eu adorava tudo que envolvesse maracujá, e enquanto me aproximava da mesa, percebi que  Piquerez estava a poucos metros de distância, seus olhos fixos em mim.

Ao me deparar com ele, senti um frio na barriga e minhas bochechas esquentarem instantaneamente. Tomei um fôlego profundo e tentei disfarçar a minha agitação enquanto escolhia o que pegar.

— Eu gosto dos seus olhos. — falei com voz firme. — Mas você precisa parar de me olhar assim em público.

Piquerez sorriu, um sorriso travesso que me fez querer roubar ele daquele lugar e irmos sozinhos para algum lugar.

— Se eu fosse falar o que gosto em você, viraria um podcast. — ele respondeu, tentando disfarçar sua própria timidez enquanto pegava pão de frios e colocava em seu prato.

Engoli em seco, meus olhos ainda fixos nos dele. Eu o encarei automaticamente, parando de fazer o que estava fazendo, perdi meu rumo no tempo e no espaço. O mundo ao meu redor parecia ter se dissolvido, restando apenas eu e ele.

Amor em Jogo - PiquerezOnde histórias criam vida. Descubra agora