São Paulo | Brasil
11 de AbrilO domingo na praia com o meu pai foi incrível, passamos o dia inteirinho falando sobre coisas aleatórias e eu me senti um pouco mais próxima dele. Não éramos definitivamente afastados mas, como eu escolhi viver com a minha mãe, havia uma distância ali.
Ao chegar em casa, abri o celular e me deparei com uma enxurrada de mensagens. Meu rosto, mais uma vez, estampava a página de fofoca online, atrelado ao nome de Piquerez. Uma onda de raiva me invadiu, mas respirei fundo e decidi ignorar. Aquelas pessoas não mereciam minha atenção ou energia.
Até mesmo uma foto inocente que eu havia tirado sozinha na praia se tornou motivo de especulação e comentários maldosos. Era como se minha vida privada fosse um circo para a diversão de completos estranhos.
Tomei um banho relaxante, tentando afastar os pensamentos negativos da minha mente. Liguei a TV e me joguei no sofá, pronta para assistir a minha série favorita. Mas a inquietação me acompanhava. Lembrei dos tópicos que precisava estudar para a faculdade, mas a preguiça dominou. Era domingo, dia de descanso, e eu merecia um tempo para mim mesma, sem me preocupar com obrigações.
Minha mãe não estava em casa mas não avisou para onde ia, então fiquei sozinha na maior parte do tempo. Até que me deu uma ideia na cabeça. Peguei o meu celular e mandei mensagem para o Piquerez, chamando ele pra minha casa, ele obviamente aceitou mas ficou preocupado com a minha mãe.
Avisei que estava tudo bem, não teria problemas. Mesmo que eu soubesse que teria sim e muitos! Ele me perguntou como iria conseguir entrar no condomínio sem a autorização dela e então eu arquitetei um plano.
Era só ele vir sem carro, não precisaria ter permissão para entrar já que não teria de usar uma vaga do estacionamento. Ele aceitou o plano e eu corri pra organizar a bagunça que tinha feito no meu quarto quando cheguei da praia.
Como já havia tomado banho, apenas passei hidratante no corpo e troquei de pijama, tirei aquele de ovelhinhas fofas e coloquei um de seda. Eu não tinha intenções maldosas mas ficar com um pijama daqueles em frente a alguém que eu queira seria um tanto vergonhoso.
Soltei meu cabelo e arrumei a minha franja. Passei um pouco de perfume e voltei a me deitar, ansiando pela chegada dele.
Algum tempo depois, não sei exatamente. Ele me avisou que tinha chegado, então eu liguei na portaria onde quem atendeu o telefone foi o porteiro Carlos, com seu jeito gentil de sempre.
— Oi Carlos, boa noite! Você consegue liberar o meu primo? Ele chegou hoje na cidade e veio me visitar.— falei fazendo cena.— O nome dele é Lucas, quando você for registrar a entrada tá?
Eu realmente tinha um primo chamado Lucas e usei seu nome pra minha mãe não desconfiar caso ela tivesse acesso aos registros depois. A única diferença entre ele e Piquerez, além da aparência é que Lucas está na Inglaterra fazendo intercâmbio.
Ele pareceu hesitar e perguntou pela minha mãe.
— Ela não vai brigar, eu prometo! E ela não está em casa, não quero deixar ele esperando aí até ela chegar, quando ela voltar eu juro que falo com ela.— falei manhosa e ele cedeu.— Você é um anjo! Obrigada.
Assim que devolvi o interfone para o lugar, dei pulinhos de felicidade e alguns gritinhos escaparam também. Fiquei sentada na perto da mesa esperando ansiosamente, minhas mãos tremiam e os meus pés descalços balançavam para lá e para cá. Para ajudar a passar o nervosismo, eu tomei vinho enquanto esperava, devo ter tomado quase uma garrafa toda.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor em Jogo - Piquerez
FanfictionO que fazer quando o seu coração entra em uma partida sem avisar? Clara sempre preferiu viver longe dos holofotes que envolvem a fama de sua mãe, Leila Pereira, presidente do Palmeiras. Enquanto se dedica aos estudos de publicidade e tenta encontra...