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São Paulo | Brasil
6 de Maio.

O sol tímido da manhã espreitava pelas frestas da cortina, anunciando o início de um novo dia. Joaquín ainda estava na cama, aparentemente entregue aos braços de Morpheus. Com cuidado para não acordá-lo, fui tomar um banho e fiz a minha rotina de skincare, em completo silêncio.

Meus pés descalços tocaram o chão frio do quarto enquanto eu me dirigia à cozinha, guiada pela vontade inebriante de tomar café. A manhã prometia ser agitada, com o treino de Joaquín se aproximando e uma lista de tarefas a serem concluídas. Mas, por enquanto, eu só queria aproveitar a paz daquele momento, observando a cidade despertar através da janela.

— Joaquín?— o chamei, mas não obtive resposta alguma.

Ao retornar ao quarto, encontrei uma cena que me arrancou um sorriso imediato. Joaquín, ainda adormecido, estava abraçado ao Piraquê, o urso gigante. A imagem era tão fofa e engraçada que não resisti à tentação de capturar o momento com meu celular. Um clique rápido e a lembrança daquele instante único estava eternizada.

Com cuidado, me aproximei da cama e chamei seu nome em voz baixa:

— Joaquín? — sussurrei, sem querer assustá-lo. — Amor, você precisa acordar.

Balancei seu corpo suavemente, mas ele permaneceu imóvel, entregue ao mundo dos sonhos. Um pouco mais alto, repeti:

— Meu bem, você vai se atrasar para o treino.— continuei mas sem resultado algum.— Joaquín!— falei um pouco mais alto.

De repente, um movimento brusco me fez dar um passo para trás. Joaquín, aparentemente assustado com o meu tom de voz, rolou da cama e caiu no chão com um estrondo surdo. O barulho me fez rir e ele, ainda zonzo de sono, me encarou por alguns segundos com os olhos arregalados.

— Joaquín! — exclamei, surpresa com a queda repentina. — Você tá bem? Desculpa!

— Tirando o fato de quase ter infartado, tudo bem sim.— sorriu ele, ainda com a mão no peito, tentando recuperar o fôlego.

Seus olhos, antes arregalados de surpresa, agora brilhavam com um misto de divertimento e alívio.

— O que você está fazendo com o meu short? — perguntou ele, olhando para mim com uma expressão curiosa e um pouco travessa.

— Os meus estão lavando e eu encontrei esse aqui.— respondi, dando uma voltinha para mostrar o short.— Vai, levanta. Você tem treino hoje, às nove.

— E você me acordou agora? — seus olhos clamavam piedade, fingindo indignação. — Tenha dó do seu namorado, amor.

Ele se levantou devagar, ainda sonolento e com o cabelo despenteado. Ao passar por mim, senti o calor do seu corpo e o perfume familiar que eu tanto gostava. Sem pensar duas vezes, apertei sua bunda com força, observando como seus olhos se estreitaram em um sorriso travesso. Soltei uma risada e ele riu junto.

Enquanto Joaquín se banhava, aproveitei para arrumar o quarto. Tudo com movimentos precisos e eficientes, como se estivesse em uma missão secreta.

Ao terminar, fui para a cozinha, onde fiz café pra mim, frutas cortadas com cuidado e um suco de laranja natural pra Joaquín, algo que ele gostava e eu só fui descobrir nesses últimos dias.

Amor em Jogo - PiquerezOnde histórias criam vida. Descubra agora